Por João Alves dos Santos
Atos 4:32-37; 9:26-27; 11:19-26
Introdução:
Li em um jornal secular um artigo que começava com a seguinte ilustração: Dois botânicos norte-americanos percorriam uma savana, no sertão africano, à procura de uma rara espécie de orquídea, quando se depararam com um enorme leão. “Se esse bicho nos atacar, estaremos fritos”, disse um deles. O outro, abaixando-se rapidamente, começou a trocar suas pesadas botas por sapatos de tênis. “Você está pensando que pode correr mais depressa que o leão”, admirou-se seu companheiro. “Mais depressa que o leão, não. Basta que eu corra mais depressa que você”.
O articulista fazia uma aplicação à moral de nossa sociedade, onde “o vício não só não é punido” mas chega a ser, segundo ele, “glorificado e confundido com o êxito”. Esse é o espírito do homem sem Deus, individualista, para quem o objetivo principal de existir é o próprio “eu” e cuja regra áurea de ação é o “cada um pra si e Deus pra todos”, ou, ainda, o “salve-se quem puder”. Não é assim na Igreja de Cristo, ou, melhor, não deve ser assim na Igreja de Cristo e muito menos no ministério. Não há lugar aqui para o individualismo, para a busca do bem próprio, da promoção do “eu”, ainda que isto custe sacrifícios e perdas pessoais. Quem quiser conhecer o padrão bíblico de um homem de Deus, especialmente de um ministro do evangelho aprovado, deve inspirar-se no exemplo de homens como Barnabé, aqui chamado de “homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11:24).
Quais são as razões que encontramos na Bíblia para que esse homem fosse assim caracterizado? O que sabemos de Barnabé?
Lucas, no livro de Atos, narra aquilo que Jesus continuou a fazer e a ensinar através dos apóstolos, depois que estes foram cheios do Espírito Santo no Pentecostes e passaram a dar testemunho, começando por Jerusalém, indo para a Judéia e Samaria e chegando até os confins da terra, conforme o texto chave de 1:8. Com a perseguição que ocasionou o martírio de Estevão, em Jerusalém, muitos judeus foram dispersos e, como resultado direto dessa dispersão, o evangelho foi pregado em Antioquia da Síria. Lá se formou a primeira igreja cristã do mundo gentílico, a qual veio a ser, mais tarde, a mãe de todas as demais. Era uma igreja composta de judeus e de gregos, conforme Atos 11:19-20. É nesta igreja que vamos encontrar o início da atuação desse homem de Deus, narrada por Lucas. Seu nome já havia sido mencionado anteriormente, em relação à Igreja de Jerusalém e seria ele pessoa chave no estabelecimento da Igreja de Antioquia e de outras igrejas no mundo gentílico. Barnabé foi companheiro de Paulo na sua 1ª viagem missionária e fez, com João Marcos, uma outra viagem evangelística. Depois, sai da cena narrada por Lucas, cujo interesse se concentra especialmente no ministério de Paulo. Mas a tradição, que pode ou não ser verdadeira, atribui-lhe a evangelização do norte da África, especialmente na cidade de Alexandria.
Em Atos, Lucas faz, no início do livro, a título de introdução, breves referências aos dois grandes missionários cujo trabalho iria apresentar. A Paulo ele se refere como consentindo na morte de Estevão, antes da sua conversão ao Cristianismo (8:1). A Barnabé, se refere como um dos que venderam propriedades para entregar o valor aos apóstolos, visando a distribuição entre os crentes pobres (4:36-37). Menciona também que era judeu, natural de Chipre, e que seu nome original era José, e foi chamado Barnabé pelos apóstolos, o qual significa “filho de consolação”. É mencionado 29 vezes no NT, 24 delas no livro de Atos.
É sobre essa nobre figura dos dias apostólicos que queremos falar nesta hora, sob o tema: “O exemplo de um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé”.
Barnabé deixou-nos o exemplo do que é ser um homem bom, cheio do Espírito Santo e fé. Seu comportamento, nas referências que lhe são feitas no livro de Atos, justifica totalmente essa qualificação. Ele demonstrou merecê-la porque:
I. Era desprendido e caridoso: At 4: 36-37
O texto de At 4:37 nos diz que ele vendeu um campo que possuía e “trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos”. Isto era feito, conforme a passagem, para que o valor fosse distribuído aos que tinham necessidade, visto que “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía” e “tudo lhes era comum” (4:32). Desta forma “nenhum necessitado havia entre eles”, segundo o texto (4:34).
Esta é a primeira referência feita na Bíblia a Barnabé. Ele estava perfeitamente sintonizado com o espírito de comunhão que havia entre os crentes nos primeiros dias da Igreja. Embora a prática seja atribuída a todos, Barnabé e o casal Ananias e Safira são os únicos cujos nomes são mencionados neste contexto de venda e doação de bens. O de Barnabé, para introduzir a figura de um homem que o autor mais à frente chamaria de bom, cheio do Espírito Santo e de fé, e os de Ananias e Safira, para ensinar que não se engana a Deus, que conhece os desígnios do nosso coração.
Em nenhum lugar da Bíblia lemos que para sermos homens bons, cheios do Espírito Santo e de fé, temos que dar todos os nossos bens aos pobres. Jesus testou o moço rico com esse mandamento, mas para provar que ele não amava a Deus acima de todas as coisas e nem ao próximo como a si mesmo, e que, portanto, não cumpria os mandamentos, como supunha (Mt 19:21). A Bíblia manda amar o próximo, principalmente os da fé : “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”, diz Paulo aos gálatas (Gl 6:10). O amor é a prova da nossa bondade, do nosso enchimento do Espírito e da nossa fé, mas não o amor de palavras apenas, mas o de ação, como o de Barnabé. É o que Tiago nos ensina nestas palavras: “Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tg 2:15-17). E Paulo diz que “ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1Co 13:3).
Como tem sido demonstrado nosso amor pelos irmãos? Até que ponto estamos dispostos a abrir mão dos nossos próprios recursos para ajudar os irmãos necessitados? Barnabé fez isto. Não sabemos se era o seu único patrimônio. Poderia não ser, mas de qualquer modo estava no grupo dos que não consideravam exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuíam. Por isso era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé.
II. Estava pronto a confiar nas pessoas e dar-lhes uma segunda oportunidade: At 9:26-27
a) Deu um voto de confiança a Paulo:
Quando Paulo chegou em Jerusalém, na primeira visita depois da sua experiência no caminho de Damasco, “procurou juntar-se com os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo. Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de Jesus” (At 9:26-27).
Quando todos desconfiavam de Paulo e da veracidade de sua experiência de transformação (de perseguidor a perseguido), foi Barnabé quem lhe deu um voto de confiança. Acreditou nele e na sua palavra e por ele intercedeu junto aos apóstolos. Foram as suas qualidades de homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé que lhe deram condições para julgar a situação e convencer-se de que Paulo estava falando a verdade. A persuasão do Espírito, do qual estava cheio, convenceu-o de que o testemunho de Paulo sobre sua conversão e pregação em Damasco era digno de crédito. Sua bondade levou-o a aproximar-se de Paulo, quando todos o evitavam. Sua fé levou-o a agir, para que ele fosse aceito no círculo dos apóstolos, de forma que “estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor” (v. 28). Na história do consagrado missionário dos gentios, o homem sobre quem, provavelmente, mais se escreveu até hoje, depois de Cristo, entrou o nome de Barnabé, como aquele que o introduziu no círculo apostólico em Jerusalém.
Qual é o Paulo, famoso ou desconhecido, a quem você recebeu na Igreja como um irmão num momento de desconfiança e incerteza, a quem você demonstrou compreensão e amor, em cuja palavra você acreditou? Podemos racionalizar nossos preconceitos dizendo: “Hoje, a situação é diferente. Há muitos impostores, precisamos ter cuidado”. É verdade que há. E é verdade que precisamos ter cuidado. Mas não era diferente nos dias de Barnabé. E, no caso de Paulo, até então Saulo, seu nome era conhecido como temível perseguidor. A desconfiança, até certo ponto, era compreensível. Mas Saulo precisava de um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé que acreditasse nele. E este homem estava lá.
b) Deu um voto de confiança a João Marcos:
Foi Barnabé quem confiou em João Marcos, quando Paulo não queria mais nada com ele. João Marcos era um discípulo da Igreja de Jerusalém, a quem Barnabé e Paulo levaram para Antioquia, para ajudar no ministério (At 12:25). Foi companheiro dos dois, durante parte da primeira viagem missionária (At 12:25; 13:5). Acompanhou-os na viagem até Chipre, mas de Perge, na Panfília, não quis mais continuar e retornou para Jerusalém (At 13:13). Não sabemos exatamente qual o motivo da desistência. Mas Paulo passou a considerá-lo inapto para o ministério. Quando se preparavam para a 2ª viagem, Barnabé quis levar João Marcos, que era seu sobrinho, novamente com eles. Mas Paulo se opôs à idéia, achando melhor não levar aquele que antes havia abandonado a obra. E o texto nos diz que “houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se. Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas” (At 15:36-41).
É compreensível a atitude de Paulo. É difícil confiar em quem já nos decepcionou uma vez. Mas lá estava um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé, para dar a João Marcos uma segunda oportunidade. E para isto estava tão determinado que não hesitou em separar-se de Paulo, o companheiro tão querido. Certamente Barnabé amava a Paulo e o respeitava. Mas amava também a João Marcos e estava certo de que ele poderia ser recuperado. Deus poderia fazer uma grande obra nele e por ele. Para isto, Marcos precisava apenas de uma segunda chance. E esta chance foi dada por Barnabé. Ele ofereceu-se para ser o seu companheiro, tutor e pai espiritual. E a história provou que Barnabé estava certo. Cerca de onze anos mais tarde, ao escrever aos Colossenses e a Filemon (Cl 4:10; Fm 23-24) Paulo se refere a João Marcos como um dos seus cooperadores na prisão, e na segunda carta a Timóteo, já no final da sua vida, ele dá este testemunho: “Somente Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério” (4:11). Era a prova de que Barnabé estava certo. É possível que a atitude de intransigência de Paulo tenha servido para mostrar a João Marcos a gravidade do seu erro e a seriedade do ministério. Deus usa pessoas rigorosas para nos disciplinar também. Precisamos de homens com a rigidez e a firmeza de Paulo, na disciplina pessoal, mas precisamos também de homens compreensíveis e amorosos como Barnabé, prontos a dar uma segunda chance àqueles que erram uma primeira vez e a confiar no potencial daqueles que Deus coloca como nossos colaboradores. João Marcos precisou desta segunda oportunidade para tornar-se o obreiro fiel e útil que foi. Aquilo que no começo pareceu um episódio triste na história da pregação do Evangelho, transformou-se num benefício para a Igreja, que passou a ter duas equipes de pregadores, e para o próprio apóstolo Paulo, que teve mais tarde em João Marcos um dos seus fiéis colaboradores.
Quem é o seu João Marcos? A quantos você já demonstrou amor, compreensão e disposição para ajudar a recuperar-se? O nome de Barnabé, “filho de exortação ou de consolação” é bem descritivo desta sua característica. Muitos, durante o nosso ministério, precisarão de nossa palavra de encorajamento e apoio, de nosso companheirismo e do nosso exemplo. Paulo diz: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro” (Gl 6:1-3). É ele também quem diz que “o amor é paciente” (1Co 13:4). Um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé tem paciência para ajudar os mais fracos.
III. Tinha prazer na obra e visão da sua necessidade: At 11:19-26
Quando o evangelho chegou a Antioquia e muitos se converteram, Barnabé foi o homem escolhido pela Igreja de Jerusalém para ir cuidar daquele rebanho (At 11:19-22). Lá chegando, alegrou-se com a graça de Deus e com o progresso do Evangelho. Só um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé poderia alegrar-se com a conversão dos gentios, naquele contexto do judaísmo. Só um homem que tivesse a causa de Deus em maior conta do que os seus supostos privilégios judaicos poderia exortar a todos, judeus e gentios, “a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor” (v. 23). Trabalhar na primeira igreja do mundo gentílico, naquele difícil momento da convivência entre judeus e gentios numa mesma comunidade, não era tarefa fácil. Nos planos de Deus, porém, essa era a igreja que logo se transformaria na grande base de expansão do Cristianismo no mundo da época. Um judeu que se alegrasse com a conversão dos gentios, sem preconceitos raciais ou religiosos, era, sem dúvida, a pessoa certa para aquela igreja – um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé.
Mas Barnabé era um também homem de visão. Percebeu que o trabalho não era para um homem só. Sabia que havia uma outra pessoa, até mais capaz e preparada do que ele, para essa grande tarefa. Sabia que Paulo reunia as condições ideais para esse tipo de trabalho pois, sendo judeu, podia igualar-se aos gregos em conhecimento, ao mesmo tempo em que se excedia em zelo e amor pelos seus compatriotas. Não parou para pensar que poderia ser sobrepujado e ofuscado pela mente arguta e bem treinada do vigoroso Saulo de Tarso. O interesse em jogo não era o seu, mas o de Cristo. Foi buscar a Paulo para que o ajudasse, aquele que logo passaria para a linha de frente, deixando-o em segundo plano. Barnabé estava interessado na realização da obra, não na promoção do seu nome. Estaria contente à sombra de Paulo, desde que a obra foi feita e bem feita. Sabia que não poderia fazer o trabalho sozinho e que uma boa liderança é aquela que se cerca de pessoas capazes e preparadas para fazer a obra. Paulo, até então chamado Saulo, era esse tipo de pessoa. Mais uma vez encontramos Barnabé sendo o homem usado por Deus no encaminhamento de Paulo. Foi de Antioquia que o evangelho se espalhou para o mundo gentílico, levado principalmente pela hábil e eficiente pregação deste apóstolo. Mas foi Barnabé o responsável pelo início do trabalho. Diz-nos o texto que “partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo; tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” (At 11:25-26).
O trabalho de ambos foi tão eficiente que logo a Igreja se sentiu movida pelo Espírito a sair de suas fronteiras e iniciar a grande obra de evangelização dos gentios, através desses dois obreiros.
Só um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé tem a humildade para reconhecer que precisa de ajuda e se, for necessário, colocar-se em segundo plano. Até o início da primeira viagem missionária, a ordem de menção dos nomes ainda é Barnabé e Saulo (11:30; 12:25; 13:1,2,7) Depois será preponderantemente Paulo e Barnabé (13:46,50; 14:1;15:22, 35,36), salvo três exceções (em 14:14 e 15:12,25). Barnabé sai logo de cena, no relato de Lucas, para dar lugar ao corajoso, intrépido e incansável apóstolo dos gentios, aquele a quem Jesus aparecera para dizer que seria um instrumento escolhido para levar o seu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (At 9:15). Mas na providência sábia e soberana de Deus não haveria um Paulo se não houvesse um Barnabé.
Meu colega pastor, meu aluno seminarista, meu irmão em Cristo, qual é a sua visão da obra de Deus? Para qual lugar nessa obra Ele o tem chamado? Qual é a sua aspiração? Numa orquestra, todos os instrumentos são necessários e importantes. Há os que se destacam mais e são mais vistos, ou ouvidos. Há os que parecem até desnecessários. Mas, certamente, todos são úteis. Assim é na obra do ministério. Nem todos precisam ser o primeiro violino. Como ensina Paulo, um planta, outro rega, mas é Deus quem dá o crescimento. E conclui ele, “De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1Co 3:6-7).
Barnabé estava pronto a colocar-se em segundo plano, não por causa de Paulo, mas por causa de Deus. A obra de Deus era o que importava. Se Paulo podia fazê-la de modo melhor, o mérito também não era dele, mas daquele que o capacitara. Ele próprio assim o reconhecia quando, comparando-se com os demais apóstolos, disse: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes” (1Co 15:10-11). O que importa, dizia Paulo em outras palavras, é que vocês creram, seja quem tenha sido o pregador. A fé é dom de Deus, não do pregador. E escrevendo aos coríntios, ele diz: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1Co 4:7).
Conclusão:
A Igreja tem sofrido muitas vezes por falta de desprendimento, de amor aos irmãos, de companheirismo, de paciência para com os mais fracos, de espírito de perdão, de humildade, de reconhecimento dos dons dos outros, e de visão da necessidade e das possibilidades da obra de Deus. Nela não há lugar para personalismos. Interesses particulares não podem ser colocados acima do interesse da obra. A ambição de fama e de projeção, infelizmente, tem levado muitos a não reconhecer as suas próprias limitações e a não buscar a ajuda que seria indispensável, o conselho dos mais experientes, a mão amiga que evita a queda. Como na ilustração do início, até na igreja verifica-se “muitas vezes o “cada um pra si e Deus pra todos” e o “salve-se quem puder”. Não é o que aprendemos do exemplo de Barnabé, um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. Que Deus nos ajude a imitá-lo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário