segunda-feira, 30 de abril de 2012



Introdução às 7 cartas

Levanta-te tu que dormes, levanta-te dentre os mortos... Ef 5:14

Os cap. 2 e 3 de Apocalipse exclusivamente falando profeticamente sobre a igreja de Jesus, são uma exortação para os dias de hoje.

É a exortação mais séria, mais profunda e mais penetrante que tem na Bíblia, para a igreja. Estão totalmente relacionados com a doutrina para a igreja e para a nossa vida cristã. Nessas cartas vemos todos os tipos de erros possíveis de cometer na nossa vida.

Vamos ver como entra o erro na igreja, e o remédio para esses erros.

Vamos ver como Deus julga a igreja.

Veremos também tudo o que agrada a Deus.

Vamos ver as recompensas que esperam os vencedores.

A intenção de Deus ao escrever essas cartas é que seu povo se torne vencedor.

Em cada carta, por duas vezes Deus imprime o seu nome nelas.

Ele coloca seu nome na abertura ( estas coisas diz Aquele ... e faz uma descrição de Si mesmo com alguns dos detalhes de sua aparição em Ap 1), e no encerramento das cartas, Ele diz: "Quem tem ouvidos , ouça o que o Espírito diz às igrejas".

Deus está falando para a igreja e não para o mundo!, como um chamado de atenção, para que seu povo se torne vencedor.

Deus envia cartas para sete igrejas. Elas não são exclusivamente às sete igrejas daquela época, mas representam todas as igrejas. A prova disso é que mesmo não sendo de nenhuma dessas igrejas, estamos recebendo essas cartas e sendo ministrados por elas.

Deus escolheu essas sete igrejas, e a realidade dessas igrejas, naquele momento, para servir como figura profética de, como a igreja iria se desenvolver na história.

Também a realidade daquelas igrejas, representam os tipos de crentes em Jesus.

Nós podemos ir vendo claramente o desenvolvimento da apostasia ( afastamento ), pois Deus tem um plano para nós, e o diabo faz uma cópia falsa, e a maioria prefere seguir a cópia. A apostasia entra nas igrejas, pela falta de conhecimento da palavra, seguindo doutrinas de homens.

A força da apostasia está no desconhecimento da Palavra de Deus.

Estas cartas descrevem o início, o desenvolvimento e o fim do período da igreja. É a história do cristianismo. É a única profecia dada especificamente para a igreja.

As cartas são divididas da seguinte maneira:

Às igrejas de Éfeso, Esmirna e Pérgamo, a parte final começa com um apelo: "quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas; " e aí vem uma promessa.

Nas quatro últimas,- Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia -, isso está invertido, significando que há uma divisão. Ver 2Tm 4:2-5.

No primeiro grupo, Jesus primeiro faz o apelo às igrejas e no final a promessa ao vencedor.

No segundo grupo, o apelo vem no final e a promessa antes.

Nas três primeiras igrejas, que vai do ano 30 ao ano 606 da nossa era, a igreja tinha consciência, e Deus podia falar para a igreja como um todo.

Mas do ano 606 até o final, com tanta apostasia, Deus não espera mais ser ouvido pela igreja toda. Por isso ele fala a indivíduos, aí faz o apelo. Ele fala então, nas quatro últimas cartas, aos vencedores, um grupo menor.

Por exemplo:

A carta à igreja em Éfeso ( do ano 30 ao ano 100 ), corresponde a igreja apostólica, com os apóstolos ainda vivos e dirigindo a igreja;

A carta à igreja em Esmirna ( do ano 100 ao ano 312 ), corresponde a igreja perseguida pelo Império Romano;

A carta à igreja em Pérgamo ( do ano 312 ao ano 606 ), quando o paganismo começou a ser introduzido, era uma igreja que ainda podia ouvir a Deus. Mas quando em 606 isso se oficializou, Deus não fala mais a igreja como um todo;

A carta à igreja em Tiatira ( do ano 606 até a tribulação ), representa igreja católica;

A carta à igreja em Sardes ( do ano 1520 até a tribulação ), representa o protestantismo;

A carta à igreja em Filadélfia ( do ano 1750 até a tribulação ), representa a igreja verdadeira, a que subirá;

A carta à igreja em Laodicéia ( voz do povo ), ( do ano 1900 até a tribulação ), representa a igreja falsa e morna dos últimos tempos.

Ap 2:1-7: CARTA À IGREJA EM ÉFESO

V.1 " Escreve ao anjo da igreja em Éfeso ( desejada, solta, relaxada ): "Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro".

Ja sabemos que as estrelas são os líderes das igrejas, e os candeeiros as igrejas. É o princípio da igreja. Jesus andando no meio deles tendo os líderes na sua mão direita.

V.2-7 "Eu sei de tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e o que não podes suportar aos maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e não o são, e tu os achaste mentirosos. E sofrestes, e tens paciência; e trabalhaste em meu nome, e não te cansaste.

Tenho porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres. Tens, contudo a teu favor, que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos ouça, o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei de comer da árvore da vida, que esta no paraiso de Deus".

Vamos ver Jesus, nas cartas, se apresentando com um dos títulos do início, e tem tudo a ver com a situação da igreja. Historicamente essa igreja representa o desenvolvimento da igreja durante o primeiro século (do ano 30 ao ano 100).

Éfeso pode ser traduzida por duas coisas interessantes mas, opostas: desejada ou solta. Nós vemos nessa igreja as primeiras sementes da apostasia que entrou na igreja. Éfeso era a principal cidade da província romana da Ásia. Lá estava o templo da grande deusa Diana dos efésios, também chamada Artemis, que era uma das sete maravilhas do mundo antigo.

Essa foi a igreja em que Paulo trabalhou por três anos. Também dirigiu essa igreja, Áquila e Priscila, Timóteo e João. E trinta anos depois de Paulo ter doutrinado essa igreja, a primeira carta do Apocalipse vai para ela.

O v.2, nos mostra uma igreja que trabalhava, suportava provas, tinha perseverança e tinha preocupação com a qualidade dos que trabalhavam para ela.

No v. 5, apesar de reconhecer coisas boas na igreja, Jesus a chama de "caida" por ter perdido o primeiro amor.

O primeiro amor, fala do prazer e da alegria de simplesmente estar com a pessoa amada. Eles não tinham deixado de amar o Senhor, mas seu amor não tinha mais o mesmo fervor, profundidade e significado do início (Ef 1:15,16)

A igreja ou o crente pode ficar tão ocupado em servir, que nem sobra tempo para adorar o Senhor.

É preciso querer andar com o Senhor, ama-lo, conhece-lo, fazer tudo para agrada-lo, isso é o primeiro amor. E obras sem o amor, são vazias.

O verdadeiro testemunho começa com o que somos e se manifesta no que falamos e fazemos.

Isso é muito sério, tanto que Jesus fala: "e tirarei do seu lugar seu candeeiro, se não te arrependeres." Deus remove da sua presença, não mais haverá óleo do espírito, não terá mais luz.

O fim do primeiro amor, é porta de entrada para demônios de separação, destruição. Podemos até fazer uma comparação com um casamento: quando se deixa desaparecer o primeiro amor, a conseqüência disso é a rotina, o descaso, tudo é feito automaticamente, outras coisas vão tomando o interesse. Perder o primeiro amor, é prenuncio de perder o testemunho para Deus, e esse é o objetivo de estarmos aqui neste mundo.

Nós queremos andar com Deus pelas maravilhas e pelos milagres, e não apenas pela sua presença. Calcula-se, pelas informações dos evangelhos que 30% da vida de Jesus, ele ficou de joelhos diante do Pai. Por isso tudo acontecia. Jesus não fazia nada, sem antes ficar em longos períodos de oração. E tudo depende desse amor.

Faça uma comparação com Éfeso trinta anos antes:

Ef 1:15,16 - "Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé que entre vós há no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações".

Essa era Éfeso quando ainda cultivava o primeiro amor. E podemos crer que Éfeso não se arrependeu, pois Éfeso, hoje está em ruínas, e todo território que eles testemunharam, hoje está entregue ao islamismo.

No v 6, Jesus condena o nicolaitismo ( vencer, conquistar o povo ) que começa a se formar na igreja. O clero se investe de uma autoridade que o Espírito Santo nunca deu. Não existe distinção entre leigos e clero. A igreja toda é reino de sacerdotes ( 1Pe 2:9; Ap 1:6 ). Nós todos devemos ser sacerdotes do Deus vivo.

A diferença que há, é dos dons exercidos na igreja.

Essa idéia de que o povo não entende da Palavra e que só alguns tem essa capacidade, é obra de nicolaíta, isso é usar da liderança para dominar o povo.

Essas são as duas raízes da apostasia ( a perda do primeiro amor e o nicolaitsmo ) que ao invés de serem arrancadas, foram cultivadas e permanecem na igreja até hoje:

E no v.7 a promessa. Quando o homem pecou, foi proibido a ele comer da árvore da vida, pois ela perpetuaria a condição de pecador. Não haveria a chance da salvação. Essa é a promessa ao vencedor, a devolução dessa condição, e com ela a vida eterna.