terça-feira, 29 de dezembro de 2009

FELIZ 2010




Nos dias que antecedem a passagem de ano, muitos trocam votos de "feliz ano novo". Isso é agradável e expressa nosso desejo de felicidades para os nossos amigos e parentes. Contudo, o novo ano não será muito diferente se as pessoas não mudarem.


O que é bom deve ser mantido. Os votos e as promessas não podem ser esquecidos. Mas os maus hábitos precisam ser eliminados. Se queremos um ano bom, precisamos ser melhores do que fomos até agora. O que já fazemos bem precisamos fazer melhor. Cada um deve analisar sua própria vida para ver o que deve ser mudado.


É preciso, ainda, Ter esperança. Olhar o futuro através das lentes da confiança de que um dia tudo mudará para melhor. Diz Jeremias, o profeta: "Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor" (Lamentações 3.26). Quem espera em Deus pode esperar um feliz ano novo. É bom começar o ano novo, dizendo como Davi: " O Senhor é meu pastor, nada me faltará" (Salmo 23.1). Muitos dizem esse versículo como um chavão, uma moda. Não funciona. Para se Ter Deus como pastor , durante o ano todo, é preciso que nos coloquemos na condição de ovelhas de seu pastoreio.


É preciso reconhecer que Ele é o Jeová Jiré, aquele que provê todas as coisas de que realmente necessitamos, e, com amor, nos priva daquilo que às vezes pensamos que nos é indispensável. Nesta época, fim de ano, ano novo, é comum a gastança com o supérfluo, quando tantos passam fome e nudez; quando muitos não têm um teto para se abrigar. É bom começar o ano novo com gratidão no coração, agradecendo a Deus pelo ano findo, e por conceder-nos mais uma página em branco, em nossa vida, para que, nela, dia após dia, escrevamos mais um capítulo em nossa história de vida. E não agradeçamos somente pelas "grandes" bênçãos. É interessante agradecer a Deus pelas coisas que parecem pequenas, por já serem comuns, pela água que bebemos, pelo pão que comemos, pelo calçado que usamos, pela roupa que vestimos, pelo ar que respiramos, pelo sono conciliado, pelo despertar, ouvindo o barulho de pássaros ou de carros na rua; é preciso agradecer pelas coisas negativas, também, pois diz a Palavra: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco..." (1 Ts 5.21).Não devemos esquecer que, para ter um feliz ano novo, é necessário muito trabalho, muito esforço , muita ação. A fé não ajuda a preguiça. Deus não confia em quem não trabalha. "Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma recompensa (2 Crônicas 15.7). Trabalhar com amor; viver com fé, com esperança e otimismo, confiando em Deus.



Eis uma simples maneira de ter um Feliz Ano Novo!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NATAL




Gosto da forma como S. D. Gordon põe em poucas palavras o sentido da encarnação do Filho de Deus: "Jesus é Deus soletrando-se à si mesmo numa linguagem que o ser humano pode entender". A afirmativa é quase uma paráfrase perfeita do que diz o evangelista João: "E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade" (João 1:14a).

Não há outra maneira de Deus se fazer entender, senão comunicar-se na linguagem humana. O Natal de Jesus é, portanto, a celebração de como Deus revela-se à nós sem segredos, sem distâncias culturais e sem obstáculos na comunicação. É Deus dando aos seres humanos a chance de concluir e dizer: "… vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" (Jo 1:14b).


Por isso, nem se discute o "natal" caricaturado que anda à solta em toda parte. A linguagem daquele tem outro foco, tem facetas obsessivamente consumistas; é plástico, é vil, é socialmente excludente, faz segregação racial. É "natal diet", é desnatalinado, pois exclui a essência, o começo e o fim de tudo: o Salvador, Redentor e Senhor.

Além disso, não é encarnado na tropicalidade brasileira que tem palmeiras, Tico-Tico, João de Barro, Sabiá e sol cáustico de verão. É teimosamente estrangeiro, é polar, é frio em quase todos os sentidos. E mais: bem ao contrário do que diz a canção, "Como é que Papai Noel não esquece de ninguém?", este falso natal tem aminésia crônica e profunda, pois se esquece, sim, dos já por demais esquecidos por nossa nação.


Natal não corrompido e verdadeiro, por sua vez, tem à ver com a própria personagem da auto-soletração de Deus à nós: Jesus Cristo (Jo 14:9). Ele é Deus com face humana tangível (2 Coríntios 4:6), com jeito de falar -- sem tradução e sem sotaque! -- a língua da gente.

É encarnação à últimas consequências (Fp 2:8), é identificação radical (Fp 2:6), é o Eu Sou que "colou", que se aderiu à realidade humana (Fp 2:7). Natal, nascimento de Jesus, é a maneira pela qual Deus dá um jeito de nascer na forma humana (Jo 1:14), numa verdadeira reentrada no mundo que já era Seu (João 1:11), mas sem se tornar ordinário (Isaías 53:9b, 1 Pe 2:22).


Assim, Jesus é a perfeita revelação visível d’Aquele à quem ninguém jamais viu (Cl 1:15). É Deus no meio e com a gente (Mt 1:23), com silhueta humana identificável (Jo 1:36), com olhos que vêem ao longe, na amplidão e no profundo (Sl 139:1-3), com ouvidos que ouvem o som de palavras que a língua humana é incapaz de exprimir (Sl 139:4), com boca que fala com a autoridade de quem conhece os mais íntimos gemidos e anseios que a gente possui, mesmo os humanamente imperceptíveis e indizíveis (Rm 8:26).

Soletrando-se ao ser humano, Deus também dá à nós todos, Seus filhos, o modelo e parâmetro da nossa missão: é preciso que a Igreja se encarne, que se identifique com os que estão ao seu redor, que lhes seja resposta sensível, pertimente e relevante às suas questões e necessidades, e que faça entender a mensagem do evengelho no poder e singeleza, autoridade e ternura, firmeza e doce brandura do Espírito Santo, tal como exemplificou Jesus.


por Luis Wesley de Souza

MÃES DE ANTIGAMENTE




Ensinamentos das MÃES DE ANTIGAMENTE: Pra lembrar, e rir.

Coisas que nossas mães diziam e faziam...Era uma forma, hoje condenada pelos educadores e psicólogos, mas funcionou com a gente e por isso não saímos seqüestrando a namorada, nem matando os outros por ai.


Minha mãe ensinou a VALORIZAR O SORRISO... "ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!


"Minha mãe me ensinou a RETIDÃO."EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PANCADA!


"Minha mãe me ensinou a DAR VALOR AO TRABALHO DOS OUTROS.. "SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!


"Minha mãe me ensinou LÓGICA E HIERARQUIA... "PORQUE EU DIGO QUE É ASSIM! PONTO FINAL! QUEM É QUE MANDA AQUI?


"Minha mãe me ensinou o que é MOTIVAÇÃO... "CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VC CHORAR!


" Minha mãe me ensinou a CONTRADIÇÃO... " FECHA A BOCA E COME!


"Minha Mãe me ensinou sobre ANTECIPAÇÃO... "ESPERA SÓ ATÉ SEU PAI CHEGAR EM CASA!


" Minha Mãe me ensinou sobre PACIÊNCIA... "CALMA!.... QUANDO CHEGARMOS EM CASA VOCÊ VAI VER SÓ...


"Minha Mãe me ensinou a ENFRENTAR OS DESAFIOS... "OLHE PARA MIM! ME RESPONDA QUANDO EU TE FIZER UMA PERGUNTA!


" Minha Mãe me ensinou sobre RACIOCÍNIO LÓGICO... "SE VOCÊ CAIR DESSA ÁRVORE VAI QUEBRAR O PESCOÇO E EU VOU TE DAR UMA SURRA!


"Minha Mãe me ensinou MEDICINA.... "PÁRA DE FICAR VESGO MENINO! PODE BATER UM VENTO E VOCÊ VAI FICAR ASSIM PARA SEMPRE.


"Minha Mãe me ensinou sobre o REINO ANIMAL... "SE VOCÊ NÃO COMER ESSAS VERDURAS, OS BICHOS DA SUA BARRIGA VÃO COMER VOCÊ!


"Minha Mãe me ensinou sobre GENÉTICA... "VOCÊ É IGUALZINHO AO SEU PAI!


"Minha Mãe me ensinou sobre minhas RAÍZES... "TÁ PENSANDO QUE NASCEU DE FAMÍLIA RICA É?


" Minha Mãe me ensinou sobre a SABEDORIA DE IDADE... "QUANDO VOCÊ TIVER A MINHA IDADE, VOCÊ VAI ENTENDER.


"Minha Mãe me ensinou sobre JUSTIÇA... "UM DIA VOCÊ TERÁ SEUS FILHOS, E EU ESPERO ELES FAÇAM PRA VOCÊ O MESMO QUE VOCÊ FAZ PRA MIM! AÍ VOCÊ VAI VER O QUE É BOM!


" Minha mãe me ensinou RELIGIÃO... "MELHOR ORAR PARA ESSA MANCHA SAIR DO TAPETE!


"Minha mãe me ensinou o BEIJO DE ESQUIMÓ..."SE RABISCAR DE NOVO, EU ESFREGO SEU NARIZ NA PAREDE!


"Minha mãe me ensinou CONTORCIONISMO... "OLHA SÓ ESSA ORELHA! QUE NOJO!


"Minha mãe me ensinou DETERMINAÇÃO..."VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TODA COMIDA!


"Minha mãe me ensinou habilidades como VENTRÍLOCO..."NÃO RESMUNGUE! CALA ESSA BOCA E ME DIGA POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?


"Minha mãe me ensinou a SER OBJETIVO... "EU TE AJEITO NUMA PANCADA SÓ!


"Minha mãe me ensinou a ESCUTAR ..."SE VOCÊ NÃO ABAIXAR O VOLUME, EU VOU AÍ E QUEBRO ESSE RÁDIO!


"Minha mãe me ensinou a TER GOSTO PELOS ESTUDOS... "SE EU FOR AÍ E VOCÊ NÃO TIVER TERMINADO ESSA LIÇÃO, VOCÊ JÁ SABE!...


"Minha mãe me ajudou na COORDENAÇÃO MOTORA... "AJUNTA AGORA ESSES BRINQUEDOS!! PEGA UM POR UM!!


"Minha mãe me ensinou os NÚMEROS..."VOU CONTA ATÉ DEZ. SE ESSE VASO NÃO APARECER VOCÊ LEVA UMA SURRA!


"Brigadão Mãe !!!


Essa postagem foi de um e-mail que recebi, achei interessante, pois se torna uma crítica a forma com que as mães criam seus filhos hoje em dia, qualquer probleminha leva logo a um psicólogo para tratar, antes que vire um problema crônico (nada contra a psicologia) mas acho que cada mãe sabe o filho que tem e como se deve lidar com ele sem que haja interferência de terceiros, da a impressão que os filhos d'outrorora eram mais respeitadores do direito alheio!


fica essa mensagem reflexiva para as mães mais jovens.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eis aqui um testemunho autêntico!



Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e encontro-me no momento quase sem forças, mas pedi para a enfermeira Dane minha amiga escrever esta carta que será endereçada aos jovens de todo o Brasil, antes que seja tarde demais: Eu era uma jovem 'sarada', criada em uma excelente família de classe média alta Florianópolis. Meu pai é Engenheiro Eletrônico de uma grande estatal e procurou sempre para mim e para meus dois irmãos dar tudo de bom e> o que tem e melhor, inclusive liberdade que eu nunca soube aproveitar.


Aos 13 anos participei e ganhei um concurso para modelo e manequim para a Agência Kasting e fui até o final do concurso que selecionou as novas Paquitas do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um Book na Agência Elite em São Paulo. Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a atenção por onde passava. Estudava no melhor colégio de 'Floripa', Coração de Jesus. Tinha todos os garotos do colégio aos meus pés. Nos finais de semana freqüentava shopping, praias, cinema, curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor a oferecer às pessoas saradas, física e mentalmente.


Porém, como a vida nos prega algumas peças, o meu destino começou a mudar em outubro de 2004. Fui com uma turma de amigos para a OKTOBERFEST em Blumenau. Os meus pais confiavam em mim e me liberaram sem mais> apego. Em Blumenau, achei tudo legal, fizemos um esquenta no 'Bude', famoso barzinho na Rua XV. À noite fomos ao 'PROEB' e no 'Pavilhão Galego' tinha um show maneiro da Banda Cavalinho Branco. Aquela movimentação de gente era trimaneira''. Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava escondido da minha mãe o Licor Amarula, mas nunca tinha ficado bêbada. Na quinta feira, primeiro dia e OKTOBER, tomei o meu primeiro porre de CHOPP. Que sensação legal curti a noite inteira 'doidona', beijei uns 10 carinhas, inclusive minhas amigas colocavam o CHOPP numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os 'meganha', porque menor não podia beber; mas a gente bebeu a noite inteira e os otários' não percebiam. Lá pelas 4h da manhã, fui levada ao Posto Médico, quase em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros. Deram-me umas injeções de glicose para melhorar. Quando fui ao apartamento quase 'vomitei as tripas', mas o meu grito de liberdade estava dado. No dia seguinte aquela dor de cabeça horrível, um mal estar daqueles como tensão pré-menstrual.


No sábado conhecemos uma galera de S. Paulo, que alugaram um "ap" no mesmo prédio. Nem imaginava que naquele dia eu estava sendo apresentada ao meu futuro assassino. Bebi um pouco no sábado, a festa não estava legal, mas lá pelas 5:30 h da manhã fomos ao 'ap' dos garotos para curtir o restante da noite. Rolou de tudo e fui apresentada ao famoso baseado 'Cigarro de Maconha', que me ofereceram. No começo resisti, mas chamaram a gente de 'Catarina careta', mexeram com nossos brios e acabamos experimentando. Fiquei com uma sensação esquisita, de baixo astral, mas no dia seguinte antes de ir embora experimentei novamente.
O garoto mais velho da turma o 'Marcos', fazia carreirinho e cheirava um pó branco que descobri ser> cocaína. Ofereceram-me, mas não tive coragem naquele dia.



Retornamos a 'Floripa' mas percebi que alguma coisa> tinha mudado, eu sentia a necessidade de buscar novas experiências, e não demorou muito para eu novamente deparar-me com meu assassino 'DRUGS'.


Aos poucos, meus melhores amigos foram se afastando quando comecei a me envolver com uma galera da pesada, e sem perceber, eu já era uma dependente química, a partir do momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano. Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um monte de porcaria. Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com sangue o efeito dela ficava mais forte, e aos poucos não compartilhávamos a seringa e sim, o sangue que cada um cedia para diluir o pó. No início a minha mesada cobria os meus custos com as malditas, porque a galera repartia e o preço era acessível. Comecei a comprar a 'branca' a R$ 10,00 o grama, mas não demorou muito para conseguir somente a R$ 20,00 a boa, e eu precisava no minimo 5 doses diárias. Saía na sexta-feira e retornava aos domingos com meus 'novos amigos'. Às vezes a gente conseguia o> 'extasy', dançávamos nos 'Points' a noite inteira e depois... farra! O meu comportamento tinha mudado em casa, meus pais perceberam, mas no início eu disfarçava e dizia que eles não tinham nada a ver com a minha vida... Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou trocar por drogas...Aos poucos o dinheiro foi faltando e para conseguir grana fazia programas com uns velhos que pagavam bem.
Sentia nojo de vender o meu corpo, mas era necessário para conseguir dinheiro. Aos poucos toda a minha família foi se desestruturando. Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação. Meus pais, sempre com muito amor, gastavam fortunas para tentar reverter o quadro.
Quando eu saía da Clínica agüentava alguns dias, mas logo estava me picando novamente. Abandonei tudo: escola, bons amigos e família. Em dezembro de 2007 a minha sentença de morte foi decretada; descobri que havia contraído o vírus da AIDS, não sei se me picando, ou através de relações sexuais muitas vezes sem camisinha. Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os homens pagavam mais para transar sem camisinha. Aos poucos os meus valores, que só agora reconheço, foram acabando, família,amigos, pais, religião, Deus, até Deus, tudo me parecia ridículo. Meu pai e minha mãe fizeram tudo, por isso nunca vou deixar de amá-los. Eles me deram o bem mais precioso que é a vida e eu a joguei pelo ralo.. Estou internada, com 24 kg, horrível, não quero receber visitas porque não podem me ver assim, não sei até quando sobrevivo, mas do fundo do coração peço aos jovens que não entrem nessa viagem maluca... Você com certeza vai se arrepender assim como eu, mas percebo que é tarde demais pra mim.


OBS.: Patrícia encontrava-se internada no Hospital Universitário de Florianópolis e a enfermeira Danelise, que cuidava de Patrícia, veio a comunicar que Patrícia veio a falecer 14 horas mais tarde depois que escreveram essa carta, de parada cardíaca respiratória em conseqüência da AIDS.


Esse testemunho foi de um e-mail que recebi, e resolvi publicar...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Máximas de Salomão


1
A beleza na mulher sem juízo é como uma jóia de ouro no focinho de um porco (11.22).
2
É melhor ser uma pessoa comum e trabalhar para viver do que bancar o rico e passar fome (12.9).
3
A mentira tem vida curta, mas a verdade vive para sempre (12.19).
4
As preocupações roubam a felicidade da gente, mas as palavras amáveis nos alegram (12.25).
5
A esperança adiada faz o coração ficar doente, mas o desejo realizado enche o coração de vida (13.12).
6
A pessoa de mau gênio sempre causa problemas, mas a que tem paciência traz a paz (15.18).
7
Sem conselhos os planos fracassam, mas com muitos conselheiros há sucesso (15.22).
8
Há caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a morte (16.35).
9
Quem perdoa uma ofensa mostra que tem amor, mas quem fica lembrando o assunto estraga a amizade (17.9).
10
Quem tem juízo aprende mais com uma repreensão do que o tolo com cem chicotadas (17.10).
11
O começo de uma briga é como a primeira rachadura numa represa: é bom parar antes que a coisa piore (17.14).
12
A alegria faz bem à saúde; estar sempre triste é morrer aos poucos (17.22).
13
A vontade de viver mantém a vida de um doente, mas se ele desanima, não existe mais esperança (18.14).
14
Quando o tolo começa uma discussão, o que ele está pedindo é uma surra (18.6).
15
Quem é fraco numa crise é realmente fraco (24.10).
(Textos retirados dos Provérbios de Salomão, na versão A Bíblia na Linguagem de Hoje):Pv (11.22; 12.9; 12.19; 12.25; 13.12; 15.18; 15.22; 16.35; 17.9; 17.10; 17.14; 17.22; 18.14; 18.6; 24.10)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Agostinho


Introdução
Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África. Polemista capaz, pregador de talento, administrador episcopal competente, teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã da história que continua válida até hoje em sua essência.Vivendo num tempo em que a velha civilização clássica parecia sucumbir diante dos bárbaros, Agostinho permaneceu em dois mundos, o clássico e o novo medieval.


Nascido em 354, na casa de um oficial romano na cidade de Tagasta em Numidia, no norte da África, era filho de um pai pagão, Patrício, e de uma mãe crente, Mônica. Apesar de não serem ricos, era uma família respeitada. Sua mãe dedicou-se à sua formação e conversão à fé cristã.
Com muito sacrifício, seus pais lhe ofereceram o melhor estudo romano. Seus primeiros anos de estudo foram feitos na escola local, onde aprendeu latim à força de muitos açoites. Logo, foi enviado para a escola próximo a Madaura, e em 375 à Cartago, para estudar retórica.

Longe da família, Agostinho se apartou da fé ensinada por sua mãe, e entregou-se aos deleites do mundo e a imoralidade com seus amigos estudantes. Viveu ilegitimamente com uma concubina durante treze anos, a qual lhe concedeu um filho, Adeodato, em 372. O mesmo morreu cerca do ano 390.

Na busca pela verdade, ele aceitou o ensino herético maniqueísta, o qual ensinava um dualismo radical: o poder absoluto do mal -- o Deus do Antigo Testamento, e o poder absoluto do bem -- o Deus do Novo Testamento. Nesta cegueira ele permaneceu nove anos sendo ouvinte, porém, não estando satisfeito, voltou à filosofia e aos ensinos do Neo-platonismo. Ensinou retórica em sua cidade natal e em Cartago, até quando foi para Milão, Itália, em 384. Em Roma, foi apontado pelo senador Símaco como professor de retórica em Milão, e depois para a casa imperial. Como parte de seu trabalho, ele deveria fazer oratórias públicas honrando o imperador Valenciano II. Sua Conversão
No ano 386, quando passava várias crises em sua vida, Agostinho estava meditando num jardim sobre a sua situação espiritual, e ouviu uma voz próxima à porta que dizia: “Tome e Leia”. Agostinho abriu sua Bíblia em Romanos 13.13,14 e a leitura trouxe-lhe a luz que sua alma não conseguiu encontrar nem no maniqueísmo nem no neo-platonismo. Com sua conversão à Cristo, ele despediu sua concubina e abandonou sua profissão no Império. Sua mãe, que muito orara por sua conversão, morreu logo depois do seu batismo, realizado por Ambrósio na Páscoa de 387. Uma vez batizado, regressou um ano depois para Cartago, Norte da África, onde foi ordenado sacerdote em 391. Em Tagasta, ele supervisionou e instruiu um grupo de irmãos batizados chamados de “Servos de Deus”. Cinco anos depois, foi consagrado bispo de Hipona por pedido daquela congregação, onde permaneceu até sua morte. Daí até sua morte em 430, empenhou-se na administração episcopal, estudando e escrevendo.

Suas Obras

Agostinho é apontado como o maior dos Pais da Igreja. Ele deixou mais de 100 livros, 500 sermões e 200 cartas. Suas obras mais importantes foram:
Confissões, obra autobiográfica de sua vida antes e depois de sua conversão;
Contra Acadêmicos, obra onde demonstra que o homem jamais pode alcançar a verdade completa através do estudo filosófico e que a certeza somente vem pela revelação na Bíblia;
De Doctrina Christiana, obra exegética mais importante que escreveu, onde figuram as suas idéias sobre a hermenêutica ou a ciência da interpretação. Nela desenvolve o grande princípio da analogia da fé;
De Trinitate, tratado teológico sobre a Trindade;
De Civitate Dei, obra apologética conhecida como Cidade de Deus. Com o saque de Roma por Alarico, rei dos bárbaros em agosto 28 de 410, os romanos creditaram este desastre ao fato de terem abandonado a velha religião clássica romana e adotado o cristianismo. Nesta obra, põe-se a responder esta acusação a pedido de seu amigo Marcelino.

Agostinho escreveu também muitas obras polêmicas para defender a fé dos falsos ensinos e das heresias dos maniqueus, dos donatistas e, principalmente, dos pelagianos. Também escreveu obras práticas e pastorais, além de muitas cartas, que tratam de problemas práticos que um administrador eclesiástico enfrenta no decorrer dos anos do seu ministério.

A formulação de uma interpretação cristã da história deve ser tida como uma das contribuições permanentes deixadas por este grande erudito cristão. Nem os historiadores gregos ou romanos foram capazes de compreender tão universalmente a história do homem. Agostinho exalta o poder espiritual sobre o temporal ao afirmar a soberania de Deus sobre a criação. Esta e outras inspiradoras obras mantiveram viva a Igreja através do negro meio-milênio anterior ao ano 1000.

Agostinho é visto pelos protestantes como um precursor das idéias da Reforma com sua ênfase sobre a salvação do pecado original e atual através da graça de Deus, que é adquirida unicamente pela fé. Sua insistência na consideração dos sentido inteiro da Bíblia na interpretação de uma parte da Bíblia (Hermenêutica), é um princípio de valor duradouro para a Igreja. Seus últimos meses
Durante os últimos meses de vida, os vândulos tomaram a cidade fortificada de Hipona por mar e terra. Eles haviam destruído as cidades do Império Romano no Norte da África e as evidências do Cristianismo. A cidade estava cheia de pobres e refugiados, e a congregação de Agostinho não era uma excessão. No final de sua vida, ele foi submetido a uma enfermidade fatal, e com 75 anos ele pediu que ficasse só, a fim de se preparar para encontrar com o seu Deus. Um ano depois da morte de Agostinho em 430, os bárbaros queimaram toda a cidade, mas felizmente, a biblioteca
de Agostinho foi salva, e seus escritos se perpetuam em nosso meio até a nossa era.


by Vania DaSilva

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

AS RELAÇÕES ENTRE FÉ E RAZÃO


Prof. Guilherme Vilela Carvalho


Introdução
O problema das relações entre razão e revelação é um dos mais importantes para a teologia cristã. A discussão envolve tanto definições teológicas sobre da natureza da revelação como o posicionamento com respeito ao verdadeiro lugar da filosofia neste mundo de Deus, e suas implicações se estendem não só às definições dogmáticas da igreja, mas até nossa práxis cristã e nossa visão a respeito da cultura humana.

A questão que se nos apresenta é propriamente um problema epistemológico desde que fé e razão descrevem processos cognitivos. Faz realmente diferença a abordagem que escolhemos para relacioná-los? Sem dúvida. Nenhum pensador sério pode ignorar o fato de que diferentes epistemologias dão origem a diferentes estatutos filosóficos, e estes ao conjunto de preconceitos que controlam toda a reflexão. Ora, se nossa hermenêutica teológica é determinada por tais preconceitos, é preciso fazer uma opção epistemológica para uma epistemologia teológico-filosófica. Mas qual a melhor opção? É nossa convicção que o princípio Agostiniano é fundamentalmente correto: “credo ut intellegam” - “creio para que possa compreender”. A fé cristã exige uma epistemologia revelacionista (revelação domina sobre a razão) e portanto uma filosofia fundamentada e orientada pela fé. É o que pretendemos demonstrar.

1. Abordagens para o Relacionamento entre a Fé e a Razão

Com respeito às relações entre razão e revelação, e conseqüentemente entre filosofia secular e a fé cristã, é mister examinar as abordagens existentes antes de iniciar a reflexão sobre o tema, desde que não é sábio ignorar o trabalho intelectual prévio. Tanto a razão como a fé são, de modos diferentes, meios de cognição
1. O problema das relações entre ambos é portanto um problema epistemológico, e como tal, potencialmente o problema básico para a filosofia e para a teologia, devido ao seu poder de determinar o estatuto teórico de toda a reflexão.
Sem tentar diminuir a complexidade das reflexões sobre a questão, podemos dividir as soluções em cinco abordagens principais
2:
1) Alguns pensadores defenderam que a razão tem certa utilidade no trato com a realidade imediata, mas é absolutamente incapaz de perscrutar a verdade divina. Ela não pode provar a existência de Deus, ou a revelação de nenhum modo, nem pode compreender o Deus que se revela, devido à Sua transcendência. Sören Kirkegaard (1813-1855), importante defensor dessa posição, afirmou que Deus só pode ser conhecido por meio de um “salto de fé” - sem bases racionais. Karl Barth rejeitou a revelação natural e negou que a razão pudesse receber a revelação divina;

2) No extremo oposto se encontram os racionalistas, que afirmam a capacidade da razão humana para descobrir qualquer coisa. Alguns racionalistas negaram a própria realidade da revelação, juntamente com empiristas (como David Hume), enquanto que outros como Abelardo e mais tarde Emanuel Kant admitiram a revelação, mas postularam que toda e qualquer definição de religião fosse mantida dentro dos limites da razão. Essa abordagem levou à negação do sobrenatural e a um dogmatismo naturalista, como temos por exemplo no filósofo judeu Spinoza: “... um milagre, seja uma contravenção à natureza, ou além da natureza, é coisa meramente absurda.”3 Outro exemplo são os deístas ingleses, que afirmavam que tudo o que o cristianismo apresenta já havia sido conhecido antes pela razão.4

3) Uma terceira corrente defendeu o lugar da revelação - sob a razão! Trata-se de uma abordagem que se desenvolveu dentro do cristianismo, e bem poderia ser descrita como um racionalismo cristão. São representantes dessa linha os Pais Alexandrinos (Justino Mártir e Clemente de Alexandria), que tratavam a revelação como um complemento à razão, e procuravam “encaixá-la” dentro da filosofia da época, o platonismo. Um exemplo atual desse tipo de atitude racionalista é o liberalismo teológico, que surgiu sob o impacto do iluminismo. Aqui há a tendência de julgar a revelação a partir de um estatuto filosófico para torná-la aceitável dentro daquele sistema, inevitavelmente colocando, assim, a razão acima da revelação. Os primeiros estudiosos que aplicaram o método histórico-crítico sem critérios ao estudo das escrituras5 negavam que a escritura fosse a Palavra de Deus (contra o próprio testemunho delas) crendo que ela apenas continha a Palavra de Deus6. A tradição teológica luterana foi grandemente afetada por essa abordagem: “Embora a ortodoxia luterana se tivesse defendido contra qualquer interpretação científica da bíblia, ela (sic!) se estabeleceu, colocando-se sob os auspícios do iluminismo.”7

4) Em oposição direta ao semi-racionalismo os revelacionistas argumentam que a razão não pode se sobrepor à revelação. Foi Tertuliano quem disse: “Que tem em comum Atenas e Jerusalém? Ou, a Academia e a Igreja?”8. Segundo ele, a razão pode refletir acerca da revelação, mas não pode descobrir a verdade divina nem julgar a revelação, colocando-se contra ela. Parodiando Kant, poderíamos dizer que para Tertuliano, deve-se ter “a razão dentro dos limites da revelação”9. Alguns escritores tem situado Agostinho entre os revelacionistas. Agostinho (354-430) pensava que a revelação não implica em renúncia à razão, mas habilita o homem a refletir corretamente; a fé toma a razão pela mão e a conduz, de modo que “... só a fé cristã habilita o homem a ser racional, a ser um filósofo.”10 Foi ele quem, a partir do texto de Is 7.9 na LXX, formulou o “famoso princípio”, crede ut intellegas - creio para que possa compreender. Para Agostinho, a fé é condição prévia para o entendimento da revelação, é a luz que guia a razão. Entre os pensadores contemporâneos que exaltam a revelação sobre a razão temos os filósofos reformados, como Herman Bavinck, na Holanda, e Cornelius Van Til, por muitos anos professor no Westminster Theological Seminary. Para Van Til, a reflexão sempre começa com pressupostos, e toda a filosofia secular tem pressupostos inadequados na medida em que ignora a revelação. Sendo Deus soberano, o cristão deve ter Deus como fundamento e ponto de partida de sua reflexão filosófica. Outro pensador pressuposicionalista é Francis Schaeffer.

5) Finalmente, temos a quinta abordagem que é ao mesmo tempo, segundo Alan Richardson, a mais tradicional no cristianismo: “... Pode-se dizer bem que esta idéia da relação da fé com a filosofia representa uma linha central - e ousamos dizer ser a linha central - do desenvolvimento do pensamento cristão sobre este assunto, a partir do século II.”11 Os principais representantes desse posicionamento são os grandes doutores, Agostinho (?)12 e Tomás de Aquino. Aqui é importante observarmos que há dúvidas sobre a corrente de Agostinho. Embora tenha figurado aqui devido à influência da filosofia grega sobre sua teologia, seu princípio epistemológico tem aparência de revelacionista. Ao passo que Agostinho foi fortemente influenciado pelo platonismo, Tomás de Aquino (1224-1274) seguia a tradição aristotélica. Era discípulo de Agostinho, mas adaptou bastante os ensinos do mestre, tendendo mais ao racionalismo. No intento de enfrentar os pensadores aristotélicos em seu próprio terreno, Tomás buscou construir uma teologia natural, apenas com o auxílio da razão, para mostrar a coerência entre a razão e a revelação cristã. Tomás cria realmente num equilíbrio entre razão e revelação, atitude que passou ao catolicismo e até hoje permanece no princípio paralelo ao de Agostinho, “intellego ut credam” - “compreendo para crer” ”... Sto Tomás reconhece que a natureza, objeto próprio da filosofia, pode contribuir para a compreensão da revelação divina. Deste modo, a fé não teme a razão, mas solicita-a e confia nela.”13
Como fazer uma opção entre essas cinco? Antes de tudo, é preciso erguer definições biblico-teológicas de revelação e de razão. Naturalmente, levantar-se-á a pergunta: “quando decidimos fazer uma opção epistemológica a partir de uma suposta revelação, não somos já obrigados a escolher uma ou outra opção? Ou seja, não há um a priori dogmático determinando meu pensar?” Certamente! E como não haveria, se estamos perguntando pela relação entre razão e revelação? Suposta aqui está a realidade da revelação, e nada mais racional há que construir uma epistemologia teológico-filosófica a partir da fonte da teologia cristã - a revelação bíblica. Perguntaremos portanto pelas concepções bíblicas a respeito da revelação e da razão.

2. A Concepção Bíblica da Revelação

A teologia judaico-cristã tem como uma das marcas distintivas a idéia de revelação. Deus é em si icognoscível, podendo ser conhecido apenas por auto-revelação. Assim, o termo significa “... a comunicação da verdade divina de Deus para o homem, ou seja: a Sua manifestação de Si mesmo e da Sua vontade.”
14 A revelação normalmente é discriminada como geral ou universal e especial ou particular. A revelação geral é definida por Erickson como “... a automanifestação de Deus por meio da natureza, da história e da personalidade do homem.”15 O protestantismo tem amplamente rejeitado a possibilidade de uma teologia baseada na revelação natural, (contrariamente a Tomás de Aquino e ao Catolicismo), por três razões fundamentais: 1) o estado de pecado conforme exposto em Romanos capítulo 1 implica que o homem é incapaz de reconhecer a revelação natural e à base dela realizar qualquer movimento para Deus; 2) a incapacidade da teologia natural de sustentar-se ante a oposição da filosofia secular tem convencido muitos teólogos de que é inútil perder tempo nessa direção16; 3) a teologia natural tende a pôr em questão a indispensabilidade da revelação especial - e da graça - para a salvação.
A revelação especial pode ser definida como “... a automanifestação de Deus para certas pessoas em tempos e lugares definidos, permitindo que tais pessoas entrem num relacionamento redentor com ele.”
17 Não faremos aqui uma discussão completa da doutrina; vamos nos limitar a dois aspectos fundamentais: 1) A revelação é localizada historicamente. O liberalismo teológico dos séculos XVIII e XIX, sob influência do idealismo de origem grega, tendia a considerar os fatos históricos relativos e nunca absolutos, identificando portanto a revelação com idéias, e não com a história18. Contrariamente a essa atitude, que até hoje perdura, deve-se observar que a fé do povo de Deus ao longo da história bíblica sempre se fundava em atos salvadores de Deus na história, atualizados na proclamação19. Toda a teologia judaico-cristã se funda nos atos revelatórios 20 de Deus na história. 2) Além disso, a revelação é proposicional. Desde o liberalismo de Schleiermacher (Século XVIII), a teologia protestante tem sido anti-dogmática, dizendo que Deus não comunica doutrina, mas vida21. O fato é que os eventos revelatórios sempre vieram interpretados pela palavra revelatória, sendo que justamente isso os interpretava como revelatórios.22 A revelação divina sempre envolveu informação teológica (Ex 33.18,19,6,7; Dt 32.1,2; Hb 11.6; 1Co 15.1-4; Rm 10.9).

3. A Concepção Bíblica da Razão

A razão é “... a capacidade do intelecto humano de realizar atividades mentais organizadas, tais como associação de idéias, indução de inferências, ou julgamentos de valores.”
23 As escrituras reconhecem a noção de razão em termos relacionados como sabedoria, mente, pensamento e conhecimento; e em Isaías 1.18 Deus apela diretamente à razão humana, convocando o homem racional para o confronto - como o faz por todas as escrituras.
A razão é inata no ser humano, e como tal, parte da criação de Deus. Nesse sentido, é essencialmente boa (Gn 1.26,31), e objeto da graça comum (Mt 5.45; Tg 1.17), por exemplo na capacidade de pensar eticamente (Rm 2.14,15); embora finita e incapaz de alcançar o Deus transcendente (Is 55.8,9) é evidentemente funcional para diversas tarefas, e essencial para a vida humana. De modo que o irracionalismo é antibíblico e desumanizante.
Esse fato não deve fechar nossos olhos para a realidade do pecado. No relato da queda em Gênesis, temos indícios claros de que o pecado do homem foi possível devido a um ato de incredulidade que envolveu a razão humana:

“... no Éden o homem foi conduzido a uma escolha ética e relacional que envolvia questões metafísicas e epistemológicas (atribuir ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal um significado intrínseco à parte da revelação divina e atribuir a si mesmo, com a ajuda da serpente, a habilidade de julgar pseudo-autonomamente a veracidade da declaração de Deus)”
24

Paulo deixa claro em Romanos 1.20-23 que o estado de pecado envolve rejeição ativa do conhecimento de Deus manifesta numa espécie de trabalho intelectual que busca suprimir o conhecimento de Deus (vs 25) substituindo-o por um sistema religioso idolátrico. Tal trabalho tem aparência de sabedoria, mas seu efeito real é obscurecer o coração e levar o homem à nulidade e à loucura. Em Efésios 4.17-19 somos informados de que os gentios sofrem de um “obscurecimento de mente” provocado pela dureza de coração, que conduz à insensibilidade e ao pecado. Estamos falando dos efeitos noéticos do pecado. A razão foi profundamente afetada pela queda tornando-se cega e embotada no que se refere às coisas de Deus (1Co 2.14; 2Co 3.14,15; 4.4), padecendo principalmente da mentira auto imposta pela dureza de coração (Jr 17.9), a mentira epistemológica fundamental contra o conhecimento de Deus.
O fato de que a mente humana foi obscurecida pelo pecado não signfica que ela não tenha valor; “... a queda [...] não destruiu totalmente a competência da razão humana.”
25 A razão é ainda capaz de realizar muitas tarefas e de produzir sabedoria, e efetivamente o faz, mas não independentemente de Deus. Dele vem todas as dádivas e o conhecimento, desde que é o “Pai das Luzes” (Tg 1.17); ele é a fonte da sabedoria: “Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o conhecimento.”26 (Pv 8.14-16, 22,23). Onde se manifesta a inteligência humana, aí está a graça comum em operação.
Embora o homem possa receber certa medida de sabedoria da parte de Deus, não recebe o suficiente para se libertar do obscurecimento contra a revelação. Assim Paulo pôde dizer, “Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.”
27 A sabedoria humana presentemente é uma mistura de graça comum e rebeldia contra a revelação.
Sendo parte integral do ser humano, a razão é também objeto da graça redentora. Como regenerados, recebemos a “mente de Cristo” (1Co 2.16), e somos chamados a “renovar” as nossas mentes, ou seja, permitir que nossa razão e atitude mental sejam purificadas e conduzidas pela verdade, na aceitação crente da Palavra de Deus, para experimentarmos a plenitude da salvação (Rm 12.2; Ef 4.22-24). Somente através da fé a razão pode ser liberta da mentira e o homem pode alcançar a verdadeira sabedoria
28: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência”29. O homem deve portanto buscar a inteligência (Pv 4.5), mas não deve fazê-lo com auto-suficiência carnal (Pv 3.5); deve fazê-lo arrependendo-se de sua rebeldia intelectual e temendo a Deus. Deve exercitar fé na revelação para compreender o mundo e sua própria existência a partir dessa revelação.
Tal entendimento é possível por ser o homem à imagem de Deus. A mesma sabedoria pela qual Deus criou o mundo (Pv 8.22-30) é sabedoria que ele dá aos que a buscam com fé (Pv 2.1-5; Tg 1.5,6). Essa sabedoria é nada menos que o logos de Deus, Cristo, pelo qual Deus fez o mundo (Jo 1.3) e pelo qual a luz alcança o homem (Jo 1.4-10). O próprio Cristo é a sabedoria de Deus (1Co 1.24), e a aceitação da revelação cristã proporciona a chave para o homem compreender o universo. Ele já é a razão objetiva do mundo, e se torna nossa razão subjetiva, quando nos dá entendimento restaurando e renovando nossas mentes para compreendermos a verdade.

4. A Abordagem Bíblica para as Relações entre Fé e Razão: Definindo uma Epistemologia Cristã

Já temos, nesse ponto da pesquisa, informações suficientes para uma escolha responsável entre as abordagens do relacionamento entre fé e razão. Isso significará uma definição epistemológica básica, embora outras definições devam ser feitas para compor um sistema epistemológico completo.
A abordagem da “revelação somente” deve ser excluída desde já. A razão está caída, mas Deus é poderoso para levantá-la, e o faz renovando-a com o evangelho. Além disso, a graça comum tem claramente capacitado a razão a descobertas significativas, tanto na ciência como na filosofia. A razão tem um papel ainda importante como o único meio de investigação de que dispomos.
Igualmente ficam excluídas as abordagens racionalistas ou semi-racionalistas. Obviamente, a corrente da “razão somente” já estaria excluída desde que se aceitasse a possibilidade da revelação. O semi-racionalismo do liberalismo teológico mostra-se subteológico, malcompreendendo a idéia de revelação e subestimando os efeitos do pecado sobre a razão. O tomismo é também inadequado, ao dar um papel à razão na descoberta da verdade que realmente não é previsto nas escrituras, por meio da construção sua teologia natural, e ao diminuir a importância da queda no obscurecimento da razão; o catolicismo tem portanto viajado por águas perigosas
30. Alan Richardson critica pesadamente o tomismo ao dizer que “O racionalismo é o pelagianismo na filosofia...”31, - e afirma logo depois que Agostinho nada tem a ver com isso. O fato é que há certa dificuldade para definir a corrente de Agostinho. A maioria dos autores consultados concorda em ver Santo Tomás como mais racionalista32, mas Geisler o coloca ao lado de Tomás. Talvez seja melhor admitir certa inconsistência em Agostinho, reconhecendo que seu “credo ut intellegam” não concorda com sua prática de misturar cristianismo e platonismo. De qualquer modo, se aceitarmos que Agostinho não era racionalista, podemos concordar com E. Gilson: “Para ser cristã, a filosofia deve ser agostiniana, ou então não será nada.”33
Norman Geisler tenta solucionar a questão de um modo inusitado e frustrante. Ele tenta fazer uma síntese das posições extraindo de cada uma certa medida de verdade34. É claro que sua tentativa de agradar a todos não poderia ser bem sucedida. Ele argumenta que a revelação é ontologicamente superior à razão, mas que a razão precede epistemologicamente a revelação. Mas ao explicar o sentido disso concorda em dizer que a razão deve se sujeitar à revelação assim que reconhecê-la - e os revelacionistas concordariam dizendo que a revelação é reconhecida quando o homem é por ela conduzido de volta à razão. Desse modo, Geisler dificilmente escapa do revelacionismo na prática.
A despeito de sua frutífera abordagem de Agostinho, e da exatidão básica de sua defesa da fé como condição para a racionalidade, Alan Richardson, como Agostinho, está aprisionado a um sistema filosófico que o torna inconsistente. Ele está comprometido com um tipo de liberalismo “suave”; rejeita a “tradicional teoria da inspiração das escrituras”, para ele demolida pela moderna ciência bíblica
35, considerando, em plena oposição ao cristianismo histórico, a “... questão da compreensão da natureza da fé como algo bem diferente da aceitação das ‘verdades’ escritas na bíblia.”36 Richardson nega que a revelação tenha sido dada em verdades proposicionais37. Isso deixa poucas dúvidas sobre a sua posição.
Sem qualquer dúvida a opção que está mais de acordo com o testemunho bíblico é o revelacionismo. Consideramos que a razão deve sujeitar-se à revelação, e à fé, para receber direcionamento e para ser renovada para a salvação, e que nossa epistemologia deve ser agostiniana: “credo ut intellegam”.

5. A Inadequação dos Sistemas Filosóficos Correntes

Nossas conclusões a respeito do relacionamento entre fé e razão tem sérias implicações para a nossa compreensão da filosofia secular. Se a razão se mantém obscurecida contra Deus e a revelação é o ponto de partida para a verdadeira sabedoria, a filosofia não pode estar correta tentando um ponto de partida “neutro”
38. A suposta neutralidade religiosa não somente esconde uma revolta contra Deus, mas também afasta inevitavelmente o filósofo da verdade. Na busca de entendimento sem Deus como ponto de referência, o homem está aprisionado na idolatria (seja religiosa, seja secularizada) e não poderá jamais desenvolver uma metafísica ou uma epistemologia que explique toda a realidade (ainda que obtenha sucessos na descrição da realidade empírica). Uma evidência clara disso é a ausência de unidade até mesmo básica entre as diversas filosofias.
O apologia reformado Cornelius Van Til identifica a raiz do problema na descoberta pré-socrática do problema dos universais e particulares
39. As tentativas platônica, tomista e moderna (kantiana) de explicar o problema mantiveram-se sempre em algum tipo de dualismo incapaz de relacionar os universais e particulares (forma-matéria, natureza-graça, fenômenos-númenos, natureza-liberdade), levando o homem ao racionalismo (domínio da metafísica) ou ao empirismo radical (rejeição da metafísica). O resultado foi, no século XX, a desistência da metafísica, pela incapacidade de encontrar um universal concreto,40 e o paradoxo do indivíduo racional diante de um mundo irracional41 (feito de particulares sem significado). Nos últimos tempos, a própria liberdade intelectual do objeto conhecedor (o homem) tem sido questionada, bem como a validade dos paradigmas epistemológicos da ciência moderna. Surpreendentemente, no entanto, o pensamento secular mantém suas pressuposições epistemológicas básicas: “... os ‘fatos’ (o objeto do conhecimento) ainda são considerados finais, compreensíveis sem Deus, e o ‘eu’ conhecedor (o sujeito do conhecimento) ainda é considerado autônomo.”42 Essa epistemologia não é neutra; sua manutenção a despeito do fracasso aponta para uma atitude subjacente de independência intelectual e para um antiteísmo arraigado.; Erra portanto Paul Tillich quando tenta construir um sistema teológico fundado na filosofia existencialista43, pois não há como relacionar sem prejuízo a fé cristã e a filosofia secular
Essa percepção tem sido confirmada pela realidade. Em seu estudo sobre o relacionamento histórico entre a fé cristã e a filosofia secular, Colin Brown demonstrou com clareza que 1) nenhum sistema filosófico foi capaz de explicar com a realidade de modo coerente e mostrar-se completo
44; 2) as tentativas de aliar a fé cristã com sistemas filosóficos resultaram historicamente em prejuízo para a fé cristã, do que temos exemplo do platonismo, aristotelismo, racionalismo, deísmo, existencialismo e marxismo45. A implicação é que a prática tem confirmado a máxima de Tertuliano: “que tem Atenas com Jerusalém?”
O peso da evidência histórica aponta para uma só direção: toda a história do pensamento ocidental é um gigantesco movimento intelectual de rebelião contra Deus. A razão humana é o fundamento da filosofia, e como conclusão lógica de nossa posição a respeito da razão, não podemos considerar qualquer movimento intelectual ou sistema de pensamento como eticamente neutro ou isento de motivação religiosa. Portanto, toda filosofia que não tem Deus e a revelação como ponto de partida é anticristã e inimiga da verdade
46.

6. A Necessidade e a Tarefa de uma Filosofia Cristã

Do fato de que a filosofia secular é anticristã, não se segue que não precisamos da filosofia, porque “Toda teologia começa com pressuposições filosóficas.”
47. A mente opera dentro de estatutos prévios, compostos mediante a observação da realidade e a reflexão anterior, o que torna impossível a reflexão teórica sem pressuposições. Mesmo quando não adotamos conscientemente um sistema filosófico, a interação social e intelectual nos coloca sob influência de ideologias e sistemas diversos e forma nossa mentalidade. Normalmente um sistema domina sobre os outros, mas como não temos como identificá-lo, é comum refletirmos, em diferentes situações de vida, a partir de sistemas contraditórios, sem nos darmos conta disso!48 Portanto é necessário conhecer a filosofia, para compreendermos que forças intelectuais nos determinam49.
Há uma outra razão mais importante para o trabalho filosófico; Ricardo Quadros Gouvêa coloca muito bem a questão quando diz: “Precisamos de uma filosofia porque o pensamento teórico não é possível sem a estrutura filosófica que o sustenta. Não é possível fazer teologia, nem ciência, sem um fundamento teórico.”
50 A determinação de estatutos epistemológicos é essencial para o pensamento racional, e tem implicações diretas para todas as áreas da vida humana. Tudo isso nos coloca portanto diante de uma tarefa hercúlea mas inescapável: precisamos desenvolver uma filosofia abrangente, revelacionista, capaz de justificar e fundamentar uma mentalidade e uma práxis que manifeste as realidades do Reino de Deus. Tal filosofia deverá constituir uma biocosmovisão cristã que interprete o sentido da natureza, da história, da religião, da ciência, da cultura, da arte e a própria fé cristã por meio de uma razão humana redimida51. A Existência Cristã deve estar fundada numa Filosofia Cristã52. Quais seriam as características de tal sistema filosófico?

7. Características Básicas de uma Filosofia Cristã

Uma filosofia cristã deve começar com Deus. O Deus trino e soberano da fé cristã é o pressuposto filosófico fundamental. Sua existência não precisa ser provada a partir de evidências ou de algum tipo de teologia natural; antes, o reconhecimento de que não é possível solucionar o problema filosófico básico universais/particulares sem um ponto de referência absoluto (um universal concreto) nos faz naturalmente admitir a hipótese de Deus como uma necessidade epistemológica, a única opção capaz de dar sentido aos particulares - e entre eles ao homem
53.
A rejeição do Deus soberano estabelece o problema ético-religioso fundamental do homem: a sua reivindicação de completa autonomia pessoal a despeito do elevado custo - a perda de qualquer referencial epistemológico seguro e o irracionalismo ético-religioso
54. Os efeitos noéticos do pecado devem portanto ser tratados com toda a seriedade colocando-nos numa atitude crítica perante a razão humana. Essa rejeição é um fato universal, desde que a humanidade tem um conhecimento inato de Deus mas o suprime sistematicamente; não é necessário portanto justificar a existência de Deus. Podemos assim pressupor Deus sem necessidade de prová-lo - o senso religioso inato é o ponto de contato entre a fé cristã e o não cristão.
A soberania de Deus estabelece a essência da epistemologia cristã: tanto o objeto do conhecimento como o sujeito do conhecimento devem ser vistos em sua relação com Deus, ou “cor et res coram Deo”
55 Deus criou e pré-interpretou todos os fatos do universo; portanto toda atividade epistemológica tem significado ético-religioso na medida em que reconhece ou não a pré-interpretação divina. O homem mantém sua fidelidade a Deus oferecendo todo seu ser e razão na renúncia da autonomia epistemológica para pensar conforme a revelação. Permanece portanto o princípio de Agostinho: “credo ut intellegam”
Os motivos matéria-forma, natureza-graça, o númeno-fenômeno e o esquema atual (irracional) natureza-liberdade não são bíblicos na medida em que desconsideram a queda e são incapazes de encontrar unidade no mundo. O motivo filosófico que devemos usar para interpretar cada aspecto da realidade é o esquema criação-queda-redenção
56.
O cristão deve interpretar o mundo orientado pela revelação usando ao máximo suas capacidades intelectivas. Nesse processo ele não somente descobre novas verdades na criação mas lança mão de toda a inteligência secular naquilo em que não está em oposição à revelação. Mesmo aspectos da filosofia secular que possam ser adaptáveis e compreendidos a partir da fé se tornam patrimônio do pensador cristão. Richardson colocou a questão mui acertadamente: “Se Platão, Spinoza e Marx ensinaram algo que era verdadeiro, fizeram-no unicamente porque a própria verdade veio até eles, e os cristãos são, portanto, os legítimos herdeiros de sua verdade.”
57 Como Paulo disse, tudo é nosso58, inclusive o patrimônio de conhecimento filosófico-científico que a humanidade desenvolveu.

CONCLUSÃO
Chegamos ao fim de nossa discussão, e, sem de modo algum sugerir que o assunto tenha recebido um tratamento completo, espero ter defendido satisfatoriamente minhas posições. Verificamos que, biblicamente, a revelação tem precedência sobre a razão, o que estabelece uma epistemologia revelacionista; vimos ainda que devido à queda, a filosofia secular trabalha com pressupostos basicamente antiteístas, e seus sistemas tem se demonstrado não somente falhos, como também prejudiciais à fé cristã. Desde que tanto o pensamento teórico como a práxis exigem um estatuto teórico prévio, cabe ao cristão elaborar uma filosofia cristã revelacionista que fundamente tanto a atividade intelectual como um todo, como a práxis cristã como um todo - ou seja, construir uma existência cristã fundada na filosofia cristã. Concluímos portanto, que verdadeiramente a fé cristã exige uma epistemologia revelacionista (revelação domina sobre a razão) e portanto uma filosofia fundamentada e orientada pela fé; uma filosofia abrangente e capaz de formar uma biocosmovisão completa, para que possamos pensar e viver conforme a mente de Deus, para sua glória.

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NOTAS
1Norman GEISLER, Introdução à Filosofia, p. 201. De agora em diante citado como GEISLER.
2ibid.
3ibid, p. 205.
4Cf. Alan RICHARDSON, Apologética Cristã, p. 185. De agora em diante, citado como RICHARDSON.
5Por exemplo, Jean Astruc (1684-1766) e Julius Wellhausen (1844-1918). Cf. GEISLER, p. 206.
6”... o racionalista Johann Salomo Semler (1725-1791), cujo trabalho de quatro volumes ‘Treatise on the Investigation of the Canon’ (1771-75) declarava que a Palavra de Deus e a Escritura Sagrada não são absolutamente idênticas.” Gerhard HASEL, Teologia do Novo Testamento, p. 19.
7Martin VOLKMANN, et alii, Método Histórico-crítico, p. 48.
8JOÃO PAULO II, Carta Encíclica ‘Fides et Ratio’, p. 45. De agora em diante citado como “Fides et Ratio”.
9GEISLER, p. 207.
10ibid, p. 187.
11Apologética Cristã, p. 186.
12Para Alan Richardson e Norman Geisler, Agostinho situa-se entre os que põe razão e revelação lado a lado; mas não há unanimidade nesse respeito. Alguns autores, como Corduan, crêem que Agostinho sustentava a precedência da fé sobre a razão. Cf. W. CORDUAN, Razão, p. 232.
13Fides et Ratio, p. 47.
14C.F.H. HENRY, Revelação Especial, p. 299. De agora em diante citado como HENRY.
15Millard J. ERICKSON, Introdução à Teologia Sistemática, p. 41. De agora em diante citado como ERICKSON.
16Cf. ibid, p. 46,47 e Colin BROWN, Filosofia e Fé Cristã, p. 185-188.
17ERICKSON, p. 55.
18HENRY, p. 300.
19Exemplos disso são o querigma conservado em Deuteronômio 6.20-24 referente ao êxodo, e o querigma apostólico registrado em 1Coríntios 15.3ss referente à ressurreição de Cristo. Cf. G. E. LADD, Teologia do Novo Testamento, p. 27. De agora em diante citado como LADD.
20ibid.
21HENRY, p. 301.
22LADD, p. 29.
23W. CORDUAN, Razão, p. 232.
24Davi Charles GOMES, Fides et Scientia: Indo Além dos Fatos, p. 145.
25C. F. H. HENRY, Know, Knowledge, p. 49.
26Pv 2.6.
271Co 1.21.
28”Fazer-se cristão não quer dizer renunciar à razão; ao contrário, isto habilita o homem a raciocionar de modo certo e verdadeiro; tornando-se cristão, o homem está preparado para ser um filósofo, no verdadeiro sentido deste vocábulo.” RICHARDSON, p. 187.
29Pv 9.10.
30”A falácia do tomismo e de todas as formas de racionalismo está no fato de obscurecerem a clássica interpretação cristã da natureza humana como decaída...” RICHARDSON, p. 199.
31ibid.
32Por exemplo CORDUAN. Cf. p. 232.
33Apud RICHARDSON, p. 188.
34GEISLER, p. 212.
35Richardson parece não se dar conta de que a “moderna ciência bíblica” é filosoficamente condicionada e ideológica, conformando-se ao positivismo científico dessa ciência.
36RICHARDSON, p. 191.
37ibid.
38A neutralidade filosófica é um mito racionalista. Richardson coloca muito bem a questão quando comenta que “Todo filósofo que tenta construir uma metafísica, em última análise, depende de algum ‘princípio de fé’, seja cristão ou não, seja religioso ou anti-religioso. Neste sentido, não se pode construir nenhuma metafísica, ou visão de mundo, sem um ‘princípio de fé’ [...] o racionalismo opera somente pelo emprego de um princípio-de-fé oculto, que, contudo, lhe é tão necessário como é a fé à filosofia cristã.” ibid, p. 186 e 189.
39A questão era: como relacionar a imensa multiplicidade dos fatos sem sentido óbvio com uma possível unidade subjacente que dê sentido ao todo? Ou, como criar um sistema que harmonize física (realidade empírica) com metafísica (interpretação racional do todo)? Cf. GOMES, p. 131-141.
40Um ponto de referência absoluto e não particular (universal metafísico), pelo qual o homem possa interpretar toda a realidade e a sua existência.
41Essa atitude é visível, por exemplo, no existencialismo de Sartre, no niilismo, no misticismo religioso irracional e no hedonismo extremado de fim de século. Para melhor compreender esse irracionalismo prático, cf. Francis A. SCHAEFFER, O Deus que Intervém.
42GOMES, p. 141.
43Paul Tillich está certo formalmente quando diz que “Um conflito pressupõe uma base comum sobre a qual lutar. Mas não existe uma base comum entre teologia e filosofia. Se o filósofo e o teólogo combatem, eles o fazem ou sobre uma base filosófica ou teológica. A base filosófica é a análise da estrutura do ser (sic!). Se o teólogo necessita desta análise, ou deve recebê-la do filósofo, ou ele próprio deve se converter em filósofo.” Mas erra essencialmente quando admite que o ponto de partida do filósofo não é essencialmente errado: “É uma desgraça para o teólogo, e é intolerável para o filósofo se numa discussão filosófica o teólogo de repente reivindica uma autoridade diferente da própria razão [...] não há conflito entre teologia e filosofia.” Paul TILLICH, Teologia Sistemática, p. 31,32. Tillich se afasta completamente do cristianismo histórico com um conceito defeituoso de pecado e extrema confiança na capacidade racional do homem. É um pelagianismo racionalista.
44Colin BROWN, Filosofia e Fé Cristã, p. 183. De agora em diante citado como BROWN.
45ibid, p. 184.
46Ao menos a nível de sistemas; é claro que há elementos diversos em cada sistema que são aproveitáveis em outros sistemas e aceitáveis para fé cristã.
47Richard J. STURZ, Ser Teólogo no Terceiro Mundo, p. 108.
48”... muitos supostos teólogos evangélicos não se dão ao trabalho de compreender seu próprio ponto de partida filosófico. Fingem não ter nenhum e simplesmente vão direto às Escrituras para entender e ensinar a mensagem revelada. Na verdade, eles são tão ingênuos quanto os outros. “ ibid.
49”Ao estudar os vários movimentos na filosofia e compará-los com a fé cristã podemos apontar nossa posição no mapa intelectual.” BROWN, p. 193.
50Ricardo Quadros GOUVÊA, Calvinistas Também Pensam: Uma Introdução à Filosofia Reformada, p. 49. De aqui em diante, citado como GOUVÊA.
51Cf. Romanos 12.2.
52Nesse ponto nos colocamos em oposição a Michael Horton, que nega a necessidade de uma filosofia cristã colocando a filosofia no âmbito da graça comum. O erro essencial de Horton é uma ênfase excessiva na graça comum ao ponto de obscurecer o fato de que ela não impede a demonização da cultura (só a graça salvadora o faz) e que o cristão não pode aceitar categorias demonizadas da cultura sem lutar por reformá-las. O aparente dualismo natureza-graça de Horton assemelha-se ao de Tomás de Aquino. Cf. Michael S. HORTON, O Cristão e a Cultura, p. 53-70.
53”Isso não é embaraçoso, porque os incrédulos também baseiam a sua incredulidade em alguma espécie de autoridade não confirmável.” GOUVÊA, p. 57. O ponto é que só o Deus do cristianismo explica adequadamente a realidade - ainda que seja uma opção desagradável para o homem pecador.
54Davi Gomes ilustra a situação com Aldous Huxley: “Tendo que escolher entre crer que a vida tinha sentido ou não, percebeu que a resposta afirmativa exigiria confronto com a realidade da existência de Deus e a possibilidade de ser por ele julgado, enquanto a negativa, a despeito de acarretar ‘abafado, mas constante desespero durante toda vida,’ ainda assim asseguraria o seu sentimento de liberdade. Escolheu, então, a ausência de significado, ‘pois não queria prestar contas diante de Deus.’” GOMES, p. 145.
55Segundo Davi Gomes, expressão derivada de Calvino, significando “coração e objeto perante Deus”. GOMES, p. 142.
56GOUVÊA, p. 52.
57RICHARDSON, p. 200.
58Cf. 1Co 3.21-23.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O QUE RESTA NO FIM ?


Quem tem tempo?
A tecnologia nos presenteia constantemente com artefatos para se "poupar tempo". Em poucas horas damos meia volta ao mundo, em poucos minutos dispomos de mais informações que dispunham todas as gerações que nos antecederam e medimos a arrancada dos campeões de esqui em centésimos de segundo. Em casa, uma máquina de lavar louça se encontra na cozinha, e um computador de última geração, bem equipado com os últimos lançamentos em software, ocupa nossa escrivaninha, e os filhos aumentam a velocidade e o barulho de suas motos "envenenando" os motores. Apesar de todos esses recursos temos cada vez menos tempo. Por que será?

Olhos nos olhos

Ponha em prática este conselho: Conscientemente tome tempo para ficar a sós com uma pessoa querida. Olhe simplesmente em seus olhos, sem dizer nada. Você vai descobrir que não é tão fácil assim. Os "ladrões de tempo" arruinaram os nossos sentimentos e, com isso, também a nossa capacidade de nos relacionarmos com o nosso próximo. Temos medo de perder alguma coisa importante na vida. Só os vitoriosos, os ganhadores, os que fazem mais barulho são notados. A tripla exortação da Palavra de Deus, com sua delicadeza, quase passa desapercebida:

Ontem – hoje – amanhã
Em relação ao tempo que passou a Palavra de Deus diz: "não te esqueças..." (Sl 103.2). Temos as grandiosas obras de Deus na nossa retaguarda! Por exemplo, o povo de Deus já vive desde 1948 na terra prometida.
Para o hoje está escrito: "Alegrai-vos sempre no Senhor!" (Fp 4.4). Cristo vive em mim!
Acerca do amanhã está escrito para todos os cristãos: "...ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.28; Rm 8.38-39). Esta certeza me dá confiança e esperança para o futuro.

Ter tempo...
A pessoa a quem Deus presenteia a eternidade tem tempo. Ter tempo não é uma questão de relógio ou de agenda, mas é uma questão de amor! Por isso, não tome bons propósitos, pois eles só duram alguns poucos dias. A máquina do tempo os arrancará de você. Só o amor de Deus pode lhe abrir os olhos. Então, de repente, você não verá mais sua esposa ou seu marido, seus filhos ou seu próximo com um olhar marcado pela pressa. Isso lhe custará tempo, mas a colheita será imensuravelmete grande. (C.W. em "EDU-Standpunkt", Nº 1/1997)

Quando o Senhor Jesus diz: "...os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mt 13.22), isso com certeza se aplica também ao modo de se lidar com o tempo. A preocupação cotidiana nos rouba o tempo, a busca por conforto e riqueza ocupa todo o nosso tempo. Assim, não apenas a Palavra de Deus é sufocada, mas igualmente é sufocado o nosso relacionamento com nossos familiares e com as pessoas que nos cercam. No fim, talvez tenhamos conseguido tudo, só não tivemos tempo, e chegamos à conclusão de que não conseguimos nada.

Quantos viúvos e viúvas sofrem depois da morte de um dos companheiros por terem tomado tão pouco tempo um para o outro. E quantos filhos sofrem por toda a vida por não terem tido a devida atenção dos pais; eles sentem falta das mais belas recordações da infância porque o pai e a mãe nunca tiveram tempo de verdade para eles.

A pergunta do Senhor Jesus também é válida neste contexto: "Pois, que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mt 16.26). E parafraseando a passagem bíblica, podemos adaptá-la ao nosso assunto da seguinte forma: "Que adianta ao homem ter tido uma vida longa se nunca teve tempo para o próximo?"
(Norbert Lieth)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O MAIS VALIOSO




Autor Desconhecido

Era uma vez um jovem que recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante. Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada. - Cuida do mais importante e cumprirás a missão! - disse o soberano ao se despedir.


Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada a cintura, sob as vestes. Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.


Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração. - Assim, meu jovem, acabarás perdendo o animal - disse alguém. - Não me importo - respondeu ele. - Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará! Com o passar dos dias, e sob tamanho esforço, o pobre animal, não suportando mais os maus tratos, caiu morto na estrada.

O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé. Acontece que nessa parte do país haviam poucas fazendas e eram muito distantes umas das outras. Passadas algumas horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal. Estava exausto e sedento. Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei: "Cuide do mais importante!" Seu passo se tornou curto e lento. As paradas freqüentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota. Mais tarde, caiu exausto no pé da estrada, onde ficou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino o encontrou e cuidou dele. Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta em sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e, com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo "fraco e doente" que recebera. - Porém, majestade, conforme me recomendaste, "cuidar do mais importante", aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer. O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia: "Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a casar com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifique o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada. Se porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância a rainha nem aqueles que o servem.”
Comparamos, então, esta história com o ser humano, que segue sua jornada na vida tão preocupado com seu exterior e com os seus bens que tudo guarda como se fosse ouro, esquecendo-se de cuidar de si e de alimentar sua alma e seu espírito com amor. Certamente não cumprirá a sua missão! (Autor desconhecido).


REFLEXÃO
Interessante como algumas histórias, como a que transcrevemos acima, são fruto de autores desconhecidos. São verdadeiras parábolas, que tanto ensino trazem para nós. Na presente reflexão, vemos que o ser humano não consegue muitas vezes perceber o que tem mais valor em sua vida. Uns pensam que o dineheiro é o bem mais valioso, e acabam sendo dominados pela avareza, ou o amor do Dinheiro, que é considerado "a raiz de toda espécie de males", segundo a Bíblia. Outros, pensam que o mais valioso é a posição social, a fama, etc. E, assim, muitos vão perdendo, como na estória, o que é mais importante. Jesus Cristo veio ao mundo nos conceder o bem mais valioso, que á a salvação da alma, através da qual a pessoa tem comunhão com Deus, e prepara-se para um dia, na eternidade, viver com Ele, na Glória Eterna. Mas isso parece para a maioria como coisa de gente ignorante, sem cultura. Assim, muitos intelectuais vão passando pela vida, sem saber que estão perdendo o mais valioso. Que Deus nos ilumine a mente, e saibamos dar valor às coisas da vida, segundo as prioridades e valores divinos, e não segundo os valores materiais.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

NEGOCIAI ATÉ QUE EU VENHA



Era uma vez um homem nos Estados Unidos que morava às margens de uma rodovia e ganhava seu sustento vendendo cachorros-quentes na beira da estrada. Seus ouvidos já não eram muito bons, por isso ele nunca ouvia rádio. Seus olhos já não eram muito bons, por isso ele nunca lia jornal.

Mas bons eram os cachorros-quentes que ele vendia, e ele colocou placas na estrada para anunciar isso ao mundo. Ele sempre ficava na beira da estrada e gritava: "Quem quer cachorro-quente? Olha o cachorro quente!" E cada vez mais pessoas compravam seus lanches ali.
Ele aumentou suas encomendas de pão e salsicha. Comprou um forno maior para acompanhar o aumento do negócio. No fim, ele precisou de um ajudante e tirou seu filho do colégio para ajudá-lo.

Aí aconteceu o seguinte:
O filho falou: "Pai, você não ouve rádio? Você nunca lê jornal? Temos uma enorme recessão. A situação na Europa está horrível. E a nossa situação na América é pior ainda. Tudo está virado num caos."
Ao que o pai respondeu: "Meu filho foi ao colégio. Ele ouve rádio e lê jornal. Ele deve saber das coisas."

Aí ele reduziu suas encomendas de pão e salsicha, recolheu os cartazes de propaganda e poupou o esforço de se colocar ao lado da estrada anunciando seus cachorros-quentes.
E de um dia para o outro seu negócio quebrou.
"Você tem razão, meu filho", falou o pai. "Nós realmente nos encontramos em uma grande recessão"
Essa "fábula moderna" pode ser transportada muito bem para os nossos dias. Aqui vemos um homem que empenhou todas as suas forças para vender cachorros-quentes. Ele era dinâmico, tinha idéias e perseverança. E também não temeu um certo risco para expandir seu negócio.


A Igreja de Jesus não tem uma incumbência profana como vender cachorros-quentes, mas de passar adiante o pão da vida através do Evangelho. E para isso são necessários filhos de Deus que empenhem toda a sua vida, que tenham uma fé corajosa, que sejam criativos e não tenham receio de avançar pela fé enfrentando novos desafios.

Mas com muita facilidade – como na nossa história – os cristãos se deixam influenciar pelos acontecimentos negativos que acontecem no mundo. O som da "Boa Nova" é superado pela avalanche de más notícias que correm no mundo, e muitos filhos de Deus lhes dão crédito. Ouve-se dizer: "O Evangelho está ultrapassado. – Os tempos mudaram. – O dinheiro está escasso. Por isso não podemos começar com novos projetos. – A recessão está por tudo, e o mundo ficou tão mau que o Evangelho não interessa mais às pessoas." Muitos desanimam diante dos sinais dos tempos e só esperam por um juízo. Por se deixarem influenciar pelo mundo, deixam de aproveitar o tempo oportuno. Reduzem suas encomendas de boa literatura cristã. Retiram das ruas os cartazes que anunciam o pão da vida.
Já há muito tempo deixaram de ir para as "ruas e becos da cidade" anunciando o Evangelho. Mesmo que não se fale sobre o assunto em voz alta, as atividades, que não mais são atos de fé, falam uma clara linguagem. Tudo está reduzido à edificação própria e contenta-se com o mínimo. E aí os resultados são "segundo a nossa fé", ou melhor, segundo a nossa falta de fé. De uma hora para a outra "o negócio vai à falência". Será que temos o nome de que vivemos, mas na verdade estamos mortos (Ap 3.1)?

Em relação ao período compreendido entre a Ascenção de Jesus e a Sua volta, o Senhor fez a séria admoestação: "Então disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino, e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte" (Lc 19.12-13). Querido irmão, querida irmã: não devemos parar de anunciar o Evangelho ao mundo! Nem as tendências da época nem o espírito do tempo em que vivemos ou qualquer opinião negativa devem nos impedir de tomarmos posse de mais e mais terreno para a maravilhosa obra de Jesus! Bem pelo contrário, devemos empenhar todos os esforços para fazer aquilo que Ele nos ordena com tanta insistência: "Negociai até que eu volte." Para a cristandade, todo o tempo é tempo de semear a Palavra de Deus e de ir em frente pela fé. O apóstolo Paulo podia dizer: "desde Jerusalém e circunvizinhanças, até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo" (Rm 15.19b).
Nós, cristãos, não esperamos pela recessão, mas pelo Todo-Poderoso e Sua Palavra: "Muito mais do que isso pode dar-te o Senhor"(2 Cr 25.9b). Não devemos pensar que "não vale a pena", mas vamos nos firmar em promessas bíblicas, assim como Paulo, que escreveu as palavras que tanto fortalecem nossa fé: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão"(1 Co 15.58). Não esperamos pelo fim do mundo; esperamos pela volta do Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.7-8). Também não esperamos por um juízo sobre o mundo, muito pelo contrário, esperamos por Aquele que pelo alto preço de Seu sangue derramado resgatou Sua Igreja (1 Pe 1.18-19), para colocá-la diante de Si gloriosa, sem mácula nem ruga (Ef 5.27). Nós esperamos por Aquele que em breve virá para buscar a Sua Igreja.

Por isso não devemos desanimar em pregar o Evangelho e não devemos fazê-lo de maneira tímida e reservada, mas com todos os recursos de que dispomos. E é por isso que continuamos a dizer uns aos outros e ao mundo: "Maranata! O Senhor vem!"
(Norbert Lieth)