quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mãe, Presente de Deus





Faz dias comecei a pensar na homenagem que a jovem Ana Jarvis, saudosa, da mãe que lhe embalara o berço, idealizou, ao reunir um grupo de jovens da igreja Metodista para marcar momentos de saudades. Isso aconteceu em maio, segundo domingo, 1907, em Virgínia, Estados Unidos. E o "Dia das Mães" se tornou oficial em 1910, por decreto do governador de West Virgínia. No Brasil, o presidente Getúlio Vargas decretou comemorativo o dia dedicado às mães pelo decreto n0 21.366, de 1932. O simbolismo era usar uma flor branca, homenageando as mães já falecidas e uma flor vermelha, as que estão vivas.
Meditei, rebusquei a memória para dar destaque, com gratidão e amor, àquelas que, no dizer de Coelho Neto "é viver chorando num sorriso! É Ter um mundo e não Ter nada! É padecer no paraíso." Mas me veio à mente um turbilhão de imagens de mães que dignificaram a vocação, a mais doce e sofrida de quantas existem. Mergulhei, então, nas páginas das Escrituras, repositório de verdades eternas, e lá estava Eunice, a mãe que ensinou os primeiros passos da fé a Timóteo (II Tm 1:2); Isabel, a mãe do precursor dos caminhos de Cristo, João Batista (Lc 1:13); Ana, a solitária, em fervente oração no templo, para poder ter em seus braços aquele que seria profeta e conselheiro de reis (I Sm 1:13); Joquebede, a mãe que, com dor de alma, calafetou um cesto de junco e pôs nele o menino Moisés, o colocou no carriçal à beira do rio, na incerteza de revê-lo (Ex 2:3, 6:20).
Fechei a bíblia, abri as páginas da História e fiquei perdido entre tantas mães que mereciam o troféu de "honra ao mérito". E como escolher? Como destacar a mais nobre ou a mais sofrida? Suzana? Margareth? Todas escreveram páginas com sua próprias vidas. Mônica, de Cartago, peregrinou pelas estradas do mundo procurando o filho entregue à avalanche do pecado até se tornar o maior teólogo, depois de S. Paulo, Agostinho. Lia (Leah), mãe de Medelssohn, compositor e músico famoso que aprendeu de sua mãe a arte de ferir as teclas do piano. Nancy, a mãe de Tomaz Alva Edson, o magistral inventor que tirou da miséria a auréola da glória .
Já não há mais espaço, apenas para uma referência: Mãe Anônima, que preparou a merenda para que o filho não passasse fome e essa frugal refeição de dois peixes e cinco pães Jesus usou no banquete da multiplicação para cinco mil homens (Jo 6:9). Seu nome? Ninguém sabe, era mãe!.
Raimundo Correia, em seu notável poema, conta que a mãe abraçava o filho esperando que a leoa abocanhasse a presa: "A leoa pára, olha, vê e como se entendesse o amor da mãe, incólume deixou-a. É que esse amor, até nas feras vê-se! É que era mãe, talvez, essa leoa."
Rev. Antônio Varizo Júnior

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