segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Páscoa


Egito, dia 14 de abibe, do ano em que os filhos de Israel foram livres da escravidão. Esse seria um dia decisivo. Dia de regozijo para alguns e desespero para outros. Naquela noite, o anjo da morte visitaria o Egito e mataria a todos os primogênitos, desde os animais até o filho de Faraó. Esse seria o castigo de Deus contra o Egito.
Como fariam os israelitas para escapar dessa destruição? Não lhes bastaria serem filhos de Abraão. Não seria suficiente serem pessoas boas e religiosas. O livramento se daria mediante a obediência ao que Deus determinara a Moisés. Naquela tarde, as famílias dos israelitas deveriam se reunir, e cada uma deveria matar para si um cordeiro. Seu sangue deveria ser passado nos portais das casas. Dentro delas, as famílias comeriam a carne do animal juntamente com ervas amargas. A terrível noite chegou e, com ela, o anjo destruidor. Por onde ele passava, deixava as famílias em agonia pela perda de seus filhos. Só escaparam da tragédia aquelas casas em cujas portas havia o sangue protetor. Essa foi a primeira páscoa. Páscoa significa "passar por cima", ou seja, o anjo passava por aqueles que estavam protegidos pelo sangue e não os destruía. (Êxodo 12).
Naquela mesma noite, os israelitas saíram do Egito. A partir desse dia, em todos os anos, na mesma data, os israelitas comemoram a páscoa, matando um cordeiro e comendo a sua carne. Essas comemorações eram apenas símbolo da páscoa comemorada por Jesus com seus discípulos, momentos antes da sua morte. Todos os cordeiros mortos representavam o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (João 1.29) e que seria morto em uma páscoa. Paulo escreveu aos Coríntios: "Cristo é a nossa páscoa" (I Cor. 5.7). Sua morte significou o nosso livramento, a nossa salvação. Ninguém poderá se salvar baseado em sua própria justiça ou bondade, mas é o sangue de Jesus, o cordeiro de Deus, que nos salva. Ele morreu para que não morramos espiritualmente, mas tenhamos a vida eterna.
Como vimos, Deus ordenou que os filhos de Israel, os judeus, comemorassem a páscoa todos os anos no mês de abibe, que começa em meados de março e termina em abril. Nós porem, não somos israelitas, somos gentios, e, portanto, não temos o dever de comemorar anualmente a páscoa, da maneira como eles o faziam.
Nem mesmo os judeus tem esse dever na atualidade pois, após a morte de Jesus, todos os sacrifícios de animais deveriam ser abolidos. "Cristo, queé a nossa páscoa, já foi sacrificado por nós." (I Cor. 5.7).
Atualmente, muitas pessoas pelo mundo afora comemoram a páscoa. Essa comemoração está repleta de alterações em relação ao sentido original. Em lugar do cordeiro, fazem menção aos coelhos !!! Em lugar das ervas amargas, as pessoas comem chocolate !!! É sempre assim: procuramos algo mais fácil e mais agradável.
Não estamos proibidos de comer chocolate (ainda bem), mas não devemos ignorar o verdadeiro sentido da páscoa. Temos, sim, uma comemoração relacionada a essa festa: a ceia do Senhor. Esta é a nossa páscoa. Não realizada apenas uma vez por ano, mas todas as vezes que comemos o pão e bebemos o vinho em memória da morte do Senhor Jesus.
Estamos assim, a família do Senhor, comendo a carne do cordeiro e bebendo o seu sangue. Nesse momento, nos recordamos que éramos escravos no Egito, o mundo, e que Faraó, Satanás, nos mantinha sob o seu domínio. Mas, naquela tarde de páscoa, o Cordeiro de Deus, o primogênito de Deus, morreu em nosso lugar. Regozijemo-nos e alegremo-nos. O anjo da morte não nos alcançará, pois "nenhuma condenação ha para os que estão em Cristo Jesus". Aleluia!
Anísio Renato de Andrade

Um comentário:

Irmão Júnior disse...

A Paz do Senhor irmão Paulo! Espero que o Senhor continue sempre um bom conteúdo para os seus comentários.

Um abraço!