quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A surpresa que não deveria ser surpresa


Ninguém contava com a ressurreição de Jesus

A ressurreição de Jesus de entre os mortos foi uma tremenda surpresa. Para todo mundo. Para os apóstolos. Para Cléopas e seu companheiro de caminhada. Para as mulheres da Galiléia. Para José de Arimatéia e Nicodemos. Para os principais sacerdotes. Para fariseus e saduceus, especialmente para estes, “que dizem não haver ressurreição” (Mt 22.23). Para o Governador Pôncio Pilatos e o rei Herodes Antipas. Para as multidões que cantavam “Hosana ao Filho de Davi” e para as multidões que gritavam freneticamente “Crucifica-o”. E, talvez, até para Maria, sua mãe.
Os apóstolos custaram a assumir a ressurreição do Senhor, apesar das aparições. Jesus lhes mostrou as marcas dos cravos nas mãos e nos pés e ainda permitiu que eles o apalpassem (Lc 24.39-40), o que provavelmente fizeram, já que João declara algum tempo depois: “O que nossas mãos apalparam... anunciamos também a vós outros” (1 Jo 1.1-3). Para se certificarem de que era um Jesus ressurreto de carne e ossos, e não um espírito, o Senhor lhes pediu algo para comer na presença deles (Lc 24.41-43). Tomé foi o mais resistente. Não levou a sério o testemunho das mulheres da Galiléia nem o testemunho de Pedro e João nem o testemunho dos demais apóstolos nem o testemunho dos dois discípulos de Emaús: “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum acreditarei” (Jo 20.25).

O que levou as piedosas mulheres da Galiléia ao túmulo de Jesus antes do nascer do sol do primeiro dia da semana não foi a ressurreição dele, mas exatamente a não-ressurreição e a vontade férrea de ungir seu corpo com os aromas que haviam preparado (Mc 16.1; Lc 24.1).

Para as autoridades, para o povo e para os discípulos a morte de Jesus foi o ponto final de sua vida, de sua carreira e de sua influência. Os dois andantes de Emaús usaram os verbos no tempo passado: Jesus “era varão profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante do povo” e “Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir a Israel” (Lc 24.19, 21).
Mas Jesus ressuscitou ao terceiro dia, “com numerosas e indiscutíveis provas” (At 1.3). E foi visto por muitas pessoas pelo espaço de quarenta dias, até ser assunto aos céus.

Surpresa totalmente desnecessária

A surpresa da ressurreição de Jesus não deveria ser surpresa.

Primeiro, por causa da lógica, como muito bem argumentou Pedro no dia de Pentecoste: “Não era possível que Jesus fosse retido pelo poder da morte” (At 2.24). Enquanto vivo, Jesus demonstrou poder absoluto sobre a morte. Ele havia arrancado da morte a filha de Jairo (recém-falecida), o filho da viúva de Naim (a caminho do cemitério) e o irmão de Maria e Marta (já sepultado e em estado de putrefação). Uma ressurreição não foi mais fácil nem mais difícil que a outra. Além de tudo, Jesus havia feito uma declaração muito ousada “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25).

Segundo, por causa do enredo, como bem expressam as Escrituras proféticas: “Não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” (Sl 16.10; At 2.27). A história de Jesus e a história da redenção ficariam sem sentido se Ele não tivesse ressuscitado. Jesus desencravou a história e desencadeou os últimos acontecimentos ao abrir os sete selos do Apocalipse, porque não era um cordeiro morto, mas “um cordeiro que parecia ter estado morto” e que agora está “de pé, no centro do trono” (Ap 5.6). Desde o início do Apocalipse, Jesus é quem afirma: “Sou aquele que vive; estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre” (Ap 1.18).

Terceiro, por causa da orientação dada a este respeito pelo próprio Jesus. Por diversas vezes e com muita clareza o Senhor revelou aos seus discípulos que em Jerusalém seria morto mas ao terceiro dia ressuscitaria: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos... ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16.21; 17.22; 20.18-19). Certa feita, Ele explicou: “Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la” (Jo 10.17-18). Jesus nunca separou sua morte vicária de sua ressurreição. Depois da transfiguração, Ele ordenou a Pedro, Tiago e João que a ninguém contassem a visão, “até que o Filho do homem ressuscite dentre os mortos” (Mt 17.9). Na noite anterior à sua morte, Jesus avisou aos discípulos: “Depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Galiléia” (Mt 26.32).

Quarto, por causa das imagens que Jesus usou para ilustrar sua ressurreição. Uma delas foi tirada da conhecida história do profeta Jonas: “Assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do homem estará três dias e três noites [o resto da sexta-feira, o sábado e o início do domingo] no coração da terra” (Mt 12.40). A outra foi a relação que Ele traçou entre o templo de Jerusalém e seu corpo: “Destruam este templo, e Eu o levantarei em três dias” (Jo 2.19). Só depois da ressurreição é que seus discípulos entenderam que Jesus se referia não ao templo, construído em 46 anos, mas a Ele mesmo (Jo 2.22).

Ontem e hoje

Naquele tempo, a surpresa que não deveria ser surpresa foi a ressurreição de Jesus. Por falta de atenção. Por preguiça mental. Por negligência espiritual. Também por causa daquele véu diabólico que encobre o que está a descoberto e cega o entendimento sadio.

No tempo de hoje, os cristãos correm o sério risco de não acreditar nem esperar o cumprimento de outras promessas de Deus, tais como sua segunda vinda em poder e muita glória, a ressurreição dos mortos e a súbita transformação dos vivos e os novos céus e nova terra. Serão surpresas que não deveriam ser surpresas. A bem da nossa segurança emocional. A bem da nossa fé evangélica. A bem da nossa comunhão com Deus. A bem do nosso entusiasmo cristão.

4 comentários:

George Júnior disse...

Paz do SENHOR JESUS!

Gostei muito desta postagem, fala realmente da realidade vivida em alguns momentos pelos discípulos, e que, infelizmente, acontece hoje com alguns.
É uma pena ver pessoas que dizem ser fiéis a DEUS e estão desacreditadas das promessas que Ele tem feito, incluse da maior delas: A VINDA DO REI. Realmente é lastimável, mas está escrito: "Por se multiplica a iniquidade o amor de muitos esfriará". Vamos orar por estes!

Parabéns pelo blog e que JESUS ("que não retarda a sua promessa") continue abençoando ricamente ao senhor e sua família! AMÉM?

George Júnior.

Paulo Brandão disse...

Paz de Cristo Junior! Muito obrigado pela visita ao nosso blog, seja sempre bem vindo, quando quiser fique avontade para postar seus comentários.

Deus abençoe vc e toda sua família!

iraquitam p.2 disse...

meu amado,que menssagem de torar,olha copiee essa menssagem estou aguardando autorisação,pra pregala,ok

Paulo Brandão disse...

Paz de Cristo Iraquitan, vou lhe passar uma cópia da mansagem OK.

Fica na paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!



Paulo Brandão