quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O QUE RESTA NO FIM ?


Quem tem tempo?
A tecnologia nos presenteia constantemente com artefatos para se "poupar tempo". Em poucas horas damos meia volta ao mundo, em poucos minutos dispomos de mais informações que dispunham todas as gerações que nos antecederam e medimos a arrancada dos campeões de esqui em centésimos de segundo. Em casa, uma máquina de lavar louça se encontra na cozinha, e um computador de última geração, bem equipado com os últimos lançamentos em software, ocupa nossa escrivaninha, e os filhos aumentam a velocidade e o barulho de suas motos "envenenando" os motores. Apesar de todos esses recursos temos cada vez menos tempo. Por que será?

Olhos nos olhos

Ponha em prática este conselho: Conscientemente tome tempo para ficar a sós com uma pessoa querida. Olhe simplesmente em seus olhos, sem dizer nada. Você vai descobrir que não é tão fácil assim. Os "ladrões de tempo" arruinaram os nossos sentimentos e, com isso, também a nossa capacidade de nos relacionarmos com o nosso próximo. Temos medo de perder alguma coisa importante na vida. Só os vitoriosos, os ganhadores, os que fazem mais barulho são notados. A tripla exortação da Palavra de Deus, com sua delicadeza, quase passa desapercebida:

Ontem – hoje – amanhã
Em relação ao tempo que passou a Palavra de Deus diz: "não te esqueças..." (Sl 103.2). Temos as grandiosas obras de Deus na nossa retaguarda! Por exemplo, o povo de Deus já vive desde 1948 na terra prometida.
Para o hoje está escrito: "Alegrai-vos sempre no Senhor!" (Fp 4.4). Cristo vive em mim!
Acerca do amanhã está escrito para todos os cristãos: "...ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.28; Rm 8.38-39). Esta certeza me dá confiança e esperança para o futuro.

Ter tempo...
A pessoa a quem Deus presenteia a eternidade tem tempo. Ter tempo não é uma questão de relógio ou de agenda, mas é uma questão de amor! Por isso, não tome bons propósitos, pois eles só duram alguns poucos dias. A máquina do tempo os arrancará de você. Só o amor de Deus pode lhe abrir os olhos. Então, de repente, você não verá mais sua esposa ou seu marido, seus filhos ou seu próximo com um olhar marcado pela pressa. Isso lhe custará tempo, mas a colheita será imensuravelmete grande. (C.W. em "EDU-Standpunkt", Nº 1/1997)

Quando o Senhor Jesus diz: "...os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mt 13.22), isso com certeza se aplica também ao modo de se lidar com o tempo. A preocupação cotidiana nos rouba o tempo, a busca por conforto e riqueza ocupa todo o nosso tempo. Assim, não apenas a Palavra de Deus é sufocada, mas igualmente é sufocado o nosso relacionamento com nossos familiares e com as pessoas que nos cercam. No fim, talvez tenhamos conseguido tudo, só não tivemos tempo, e chegamos à conclusão de que não conseguimos nada.

Quantos viúvos e viúvas sofrem depois da morte de um dos companheiros por terem tomado tão pouco tempo um para o outro. E quantos filhos sofrem por toda a vida por não terem tido a devida atenção dos pais; eles sentem falta das mais belas recordações da infância porque o pai e a mãe nunca tiveram tempo de verdade para eles.

A pergunta do Senhor Jesus também é válida neste contexto: "Pois, que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mt 16.26). E parafraseando a passagem bíblica, podemos adaptá-la ao nosso assunto da seguinte forma: "Que adianta ao homem ter tido uma vida longa se nunca teve tempo para o próximo?"
(Norbert Lieth)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O MAIS VALIOSO




Autor Desconhecido

Era uma vez um jovem que recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante. Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada. - Cuida do mais importante e cumprirás a missão! - disse o soberano ao se despedir.


Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada a cintura, sob as vestes. Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.


Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração. - Assim, meu jovem, acabarás perdendo o animal - disse alguém. - Não me importo - respondeu ele. - Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará! Com o passar dos dias, e sob tamanho esforço, o pobre animal, não suportando mais os maus tratos, caiu morto na estrada.

O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé. Acontece que nessa parte do país haviam poucas fazendas e eram muito distantes umas das outras. Passadas algumas horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal. Estava exausto e sedento. Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei: "Cuide do mais importante!" Seu passo se tornou curto e lento. As paradas freqüentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota. Mais tarde, caiu exausto no pé da estrada, onde ficou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino o encontrou e cuidou dele. Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta em sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e, com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo "fraco e doente" que recebera. - Porém, majestade, conforme me recomendaste, "cuidar do mais importante", aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer. O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia: "Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a casar com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifique o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada. Se porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância a rainha nem aqueles que o servem.”
Comparamos, então, esta história com o ser humano, que segue sua jornada na vida tão preocupado com seu exterior e com os seus bens que tudo guarda como se fosse ouro, esquecendo-se de cuidar de si e de alimentar sua alma e seu espírito com amor. Certamente não cumprirá a sua missão! (Autor desconhecido).


REFLEXÃO
Interessante como algumas histórias, como a que transcrevemos acima, são fruto de autores desconhecidos. São verdadeiras parábolas, que tanto ensino trazem para nós. Na presente reflexão, vemos que o ser humano não consegue muitas vezes perceber o que tem mais valor em sua vida. Uns pensam que o dineheiro é o bem mais valioso, e acabam sendo dominados pela avareza, ou o amor do Dinheiro, que é considerado "a raiz de toda espécie de males", segundo a Bíblia. Outros, pensam que o mais valioso é a posição social, a fama, etc. E, assim, muitos vão perdendo, como na estória, o que é mais importante. Jesus Cristo veio ao mundo nos conceder o bem mais valioso, que á a salvação da alma, através da qual a pessoa tem comunhão com Deus, e prepara-se para um dia, na eternidade, viver com Ele, na Glória Eterna. Mas isso parece para a maioria como coisa de gente ignorante, sem cultura. Assim, muitos intelectuais vão passando pela vida, sem saber que estão perdendo o mais valioso. Que Deus nos ilumine a mente, e saibamos dar valor às coisas da vida, segundo as prioridades e valores divinos, e não segundo os valores materiais.