segunda-feira, 20 de julho de 2009

NEGOCIAI ATÉ QUE EU VENHA



Era uma vez um homem nos Estados Unidos que morava às margens de uma rodovia e ganhava seu sustento vendendo cachorros-quentes na beira da estrada. Seus ouvidos já não eram muito bons, por isso ele nunca ouvia rádio. Seus olhos já não eram muito bons, por isso ele nunca lia jornal.

Mas bons eram os cachorros-quentes que ele vendia, e ele colocou placas na estrada para anunciar isso ao mundo. Ele sempre ficava na beira da estrada e gritava: "Quem quer cachorro-quente? Olha o cachorro quente!" E cada vez mais pessoas compravam seus lanches ali.
Ele aumentou suas encomendas de pão e salsicha. Comprou um forno maior para acompanhar o aumento do negócio. No fim, ele precisou de um ajudante e tirou seu filho do colégio para ajudá-lo.

Aí aconteceu o seguinte:
O filho falou: "Pai, você não ouve rádio? Você nunca lê jornal? Temos uma enorme recessão. A situação na Europa está horrível. E a nossa situação na América é pior ainda. Tudo está virado num caos."
Ao que o pai respondeu: "Meu filho foi ao colégio. Ele ouve rádio e lê jornal. Ele deve saber das coisas."

Aí ele reduziu suas encomendas de pão e salsicha, recolheu os cartazes de propaganda e poupou o esforço de se colocar ao lado da estrada anunciando seus cachorros-quentes.
E de um dia para o outro seu negócio quebrou.
"Você tem razão, meu filho", falou o pai. "Nós realmente nos encontramos em uma grande recessão"
Essa "fábula moderna" pode ser transportada muito bem para os nossos dias. Aqui vemos um homem que empenhou todas as suas forças para vender cachorros-quentes. Ele era dinâmico, tinha idéias e perseverança. E também não temeu um certo risco para expandir seu negócio.


A Igreja de Jesus não tem uma incumbência profana como vender cachorros-quentes, mas de passar adiante o pão da vida através do Evangelho. E para isso são necessários filhos de Deus que empenhem toda a sua vida, que tenham uma fé corajosa, que sejam criativos e não tenham receio de avançar pela fé enfrentando novos desafios.

Mas com muita facilidade – como na nossa história – os cristãos se deixam influenciar pelos acontecimentos negativos que acontecem no mundo. O som da "Boa Nova" é superado pela avalanche de más notícias que correm no mundo, e muitos filhos de Deus lhes dão crédito. Ouve-se dizer: "O Evangelho está ultrapassado. – Os tempos mudaram. – O dinheiro está escasso. Por isso não podemos começar com novos projetos. – A recessão está por tudo, e o mundo ficou tão mau que o Evangelho não interessa mais às pessoas." Muitos desanimam diante dos sinais dos tempos e só esperam por um juízo. Por se deixarem influenciar pelo mundo, deixam de aproveitar o tempo oportuno. Reduzem suas encomendas de boa literatura cristã. Retiram das ruas os cartazes que anunciam o pão da vida.
Já há muito tempo deixaram de ir para as "ruas e becos da cidade" anunciando o Evangelho. Mesmo que não se fale sobre o assunto em voz alta, as atividades, que não mais são atos de fé, falam uma clara linguagem. Tudo está reduzido à edificação própria e contenta-se com o mínimo. E aí os resultados são "segundo a nossa fé", ou melhor, segundo a nossa falta de fé. De uma hora para a outra "o negócio vai à falência". Será que temos o nome de que vivemos, mas na verdade estamos mortos (Ap 3.1)?

Em relação ao período compreendido entre a Ascenção de Jesus e a Sua volta, o Senhor fez a séria admoestação: "Então disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino, e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte" (Lc 19.12-13). Querido irmão, querida irmã: não devemos parar de anunciar o Evangelho ao mundo! Nem as tendências da época nem o espírito do tempo em que vivemos ou qualquer opinião negativa devem nos impedir de tomarmos posse de mais e mais terreno para a maravilhosa obra de Jesus! Bem pelo contrário, devemos empenhar todos os esforços para fazer aquilo que Ele nos ordena com tanta insistência: "Negociai até que eu volte." Para a cristandade, todo o tempo é tempo de semear a Palavra de Deus e de ir em frente pela fé. O apóstolo Paulo podia dizer: "desde Jerusalém e circunvizinhanças, até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo" (Rm 15.19b).
Nós, cristãos, não esperamos pela recessão, mas pelo Todo-Poderoso e Sua Palavra: "Muito mais do que isso pode dar-te o Senhor"(2 Cr 25.9b). Não devemos pensar que "não vale a pena", mas vamos nos firmar em promessas bíblicas, assim como Paulo, que escreveu as palavras que tanto fortalecem nossa fé: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão"(1 Co 15.58). Não esperamos pelo fim do mundo; esperamos pela volta do Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.7-8). Também não esperamos por um juízo sobre o mundo, muito pelo contrário, esperamos por Aquele que pelo alto preço de Seu sangue derramado resgatou Sua Igreja (1 Pe 1.18-19), para colocá-la diante de Si gloriosa, sem mácula nem ruga (Ef 5.27). Nós esperamos por Aquele que em breve virá para buscar a Sua Igreja.

Por isso não devemos desanimar em pregar o Evangelho e não devemos fazê-lo de maneira tímida e reservada, mas com todos os recursos de que dispomos. E é por isso que continuamos a dizer uns aos outros e ao mundo: "Maranata! O Senhor vem!"
(Norbert Lieth)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

ISAÍAS CAP. 40


1Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. 2Falai benignamente a Jerusalém e bradai-lhe que já a sua servidão é acabada, que a sua iniqüidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus pecados.3Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. 4Todo vale será exaltado, e todo monte e todo outeiro serão abatidos; e o que está torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará. 5E a glória do Senhor se manifestará, e toda carne juntamente verá que foi a boca do Senhor que disse isso.6Voz que diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda carne é erva, e toda a sua beleza, como as flores do campo. 7Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva. 8Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.9Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus. 10Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele, e o seu salário, diante da sua face. 11Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente.12Quem mediu com o seu punho as águas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu em uma medida o pó da terra, e pesou os montes e os outeiros em balanças? 13Quem guiou o Espírito do Senhor? E que conselheiro o ensinou? 14Com quem tomou conselho, para que lhe desse entendimento, e lhe mostrasse as veredas do juízo, e lhe ensinasse sabedoria, e lhe fizesse notório o caminho da ciência? 15Eis que as nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças; eis que lança por aí as ilhas como a uma coisa pequeníssima. 16Nem todo o Líbano basta para o fogo, nem os seus animais bastam para holocaustos. 17Todas as nações são como nada perante ele; ele considera-as menos do que nada e como uma coisa vã. 18A quem, pois, fareis semelhante a Deus ou com que o comparareis?19O artífice grava a imagem, e o ourives a cobre de ouro e cadeias de prata funde para ela. 20O empobrecido, que não pode oferecer tanto, escolhe madeira que não se corrompe; artífice sábio busca, para gravar uma imagem que se não pode mover.21Porventura, não sabeis? Porventura, não ouvis? Ou desde o princípio se vos não notificou isso mesmo? Ou não atentastes para os fundamentos da terra? 22Ele é o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; ele é o que estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar; 23o que faz voltar ao nada os príncipes e torna coisa vã os juízes da terra. 24E não se plantam, nem se semeiam, nem se arraiga na terra o seu tronco cortado; sopra sobre eles, e secam-se; e um tufão, como pragana, os levará.25A quem pois me fareis semelhante, para que lhe seja semelhante? – diz o Santo. 26Levantai ao alto os olhos e vede quem criou estas coisas, quem produz por conta o seu exército, quem a todas chama pelo seu nome; por causa da grandeza das suas forças e pela fortaleza do seu poder, nenhuma faltará. 27Por que, pois, dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu juízo passa de largo pelo meu Deus? 28Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não há esquadrinhação do seu entendimento. 29Dá vigor ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. 30Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens certamente cairão. 31Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O pecado da ira


Mt 5.21 Eu, porém, lhes digo que qualquer um que se ire contra seu irmão merece ser punido (com a morte). E quem quer que diga a seu irmão: Estúpido! Merece ser condenado (à morte) pela suprema corte. E quem quer que diga: Idiota! Merece ser lançado no inferno de fogo.



O início do ato externo do homicídio é a ira pecaminosa, o ódio. Cf. Tg 4.1. Uma atitude tão rude e má para com um irmão é realmente pecado contra o sexto mandamento, diz Jesus, e merece ser castigado( com a morte). Quando nesse espírito de desdém e grande desgosto alguém diz a seu irmão: “Raca” – provavelmente em aramaico e signifique “estúpido” (“ou cabeça oca”) – é digno de ser condenado à morte pela suprema corte (judaica, o Sinédrio). Semelhantemente, quando, no mesmo estado de mente e coração, ele diz: “Idiota” (ou, “retardado mental”, “tolo”), merece a morte. Além disso, que o Senhor não está pensando apenas na morte física, mas igualmente na morte eterna faz-se evidente das palavras “ele merece ser lançado no inferno (gehenna) de fogo”.

Se esta explicação da passagem é aceita, então tudo se torna muito simples. Jesus está ensinando apenas uma lição muito importante. Ele está dizendo que a ira pecaminosa – do tipo que leva a dizer palavras amargas – é em sua própria natureza homicídio. É homicídio praticado no coração. A menos que se arrependa, a pessoa com essa espécie de atitude já enfrenta o castigo eterno no inferno. Seja o que for que possa parecer aos olhos humanos, aos olhos de Deus já está condenada, e está de caminho para a morte que jamais finda. Assim, enquanto os escribas e fariseus punham a ênfase no exterior, como se isso fosse a única coisa repreensível, Jesus liga o ato à má disposição do coração, que está por detrás disso.

Entretanto, há ainda outra interpretação. Em parte, resume-se assim: Jesus está afirmando que um homem, por estar irado com o seu irmão, deve ser sentenciado por “uma corte local”; ao fazer algo pior, ou seja, movido pela ira chamar seu irmão de estúpido, ou dizer que ele é um traste inútil, deve ser punido pela suprema corte; e pior ainda, chamá-lo de idiota, então merece a penalidade máxima – a perdição eterna.

Não há desculpa para o fato de que, em sua interpretação do sexto mandamento, os escribas e fariseus dos dias de Jesus, em consonância com os homens de outrora, estavam omitindo a lição principal. “Moisés” havia enfatizado o amor a Deus (Dt 6.5) e aos homens (Lv 19.18). Não só isso, mas a primeira narrativa de uma rixa doméstica, a história de Caim e Abel, ressaltara de uma maneira muito impressionante o mal da ira proveniente do zelo, como sendo a raiz do homicídio (Gn 4.1-16; ver especificamente os vv. 6 e 7). A mesma lição fora reenfatizada nos escritos posteriores ( Pv 14.17; 22.24; 15.23; Ec 7.9; Jó 5.2; Jn 4.4). Consequentemente, ao interpretar o sexto mandamento na forma como o faz, Jesus, longe de anulá-lo, está mostrando o que queria dizer desde o início.

Porém, o que acontece quando, na conduta diária de uma pessoa, esse princípio de amor não recebe a devida atenção? O que deve fazer o homem que não está vivendo em harmonia com o irmão? Esse relacionamento tenso afetaria de alguma forma a sua adoração a Deus? Ou estamos tratando aqui com duas categorias distintas? É uma pergunta muito prática, sem dúvida, não só naquele tempo, mas também nos dias atuais! Com quanta frequência não ouvimos a desculpa: “isso (essa ação ou atitude com respeito ao meu próximo, minha família, meu negócio, meu país, etc.) não tem nada que ver com minha religião”?

Jesus, discordando de forma radical, responde: Portanto, se quando você levar sua oferta ao altar, você se lembrar que seu irmão tem uma queixa contra você, deixa a sua oferta ali diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; então, volte e apresente a sua oferta. (Mt 5.23,24).

Texto extraído do comentário do novo testamento Mateus vl. 1 William Hendreiksen editora cultura Cistã.