Era uma vez um homem nos Estados Unidos que morava às margens de uma rodovia e ganhava seu sustento vendendo cachorros-quentes na beira da estrada. Seus ouvidos já não eram muito bons, por isso ele nunca ouvia rádio. Seus olhos já não eram muito bons, por isso ele nunca lia jornal.
Mas bons eram os cachorros-quentes que ele vendia, e ele colocou placas na estrada para anunciar isso ao mundo. Ele sempre ficava na beira da estrada e gritava: "Quem quer cachorro-quente? Olha o cachorro quente!" E cada vez mais pessoas compravam seus lanches ali.
Ele aumentou suas encomendas de pão e salsicha. Comprou um forno maior para acompanhar o aumento do negócio. No fim, ele precisou de um ajudante e tirou seu filho do colégio para ajudá-lo.
Aí aconteceu o seguinte:
O filho falou: "Pai, você não ouve rádio? Você nunca lê jornal? Temos uma enorme recessão. A situação na Europa está horrível. E a nossa situação na América é pior ainda. Tudo está virado num caos."
Ao que o pai respondeu: "Meu filho foi ao colégio. Ele ouve rádio e lê jornal. Ele deve saber das coisas."
Aí ele reduziu suas encomendas de pão e salsicha, recolheu os cartazes de propaganda e poupou o esforço de se colocar ao lado da estrada anunciando seus cachorros-quentes.
E de um dia para o outro seu negócio quebrou.
"Você tem razão, meu filho", falou o pai. "Nós realmente nos encontramos em uma grande recessão"
Essa "fábula moderna" pode ser transportada muito bem para os nossos dias. Aqui vemos um homem que empenhou todas as suas forças para vender cachorros-quentes. Ele era dinâmico, tinha idéias e perseverança. E também não temeu um certo risco para expandir seu negócio.
A Igreja de Jesus não tem uma incumbência profana como vender cachorros-quentes, mas de passar adiante o pão da vida através do Evangelho. E para isso são necessários filhos de Deus que empenhem toda a sua vida, que tenham uma fé corajosa, que sejam criativos e não tenham receio de avançar pela fé enfrentando novos desafios.
Mas com muita facilidade – como na nossa história – os cristãos se deixam influenciar pelos acontecimentos negativos que acontecem no mundo. O som da "Boa Nova" é superado pela avalanche de más notícias que correm no mundo, e muitos filhos de Deus lhes dão crédito. Ouve-se dizer: "O Evangelho está ultrapassado. – Os tempos mudaram. – O dinheiro está escasso. Por isso não podemos começar com novos projetos. – A recessão está por tudo, e o mundo ficou tão mau que o Evangelho não interessa mais às pessoas." Muitos desanimam diante dos sinais dos tempos e só esperam por um juízo. Por se deixarem influenciar pelo mundo, deixam de aproveitar o tempo oportuno. Reduzem suas encomendas de boa literatura cristã. Retiram das ruas os cartazes que anunciam o pão da vida.
Já há muito tempo deixaram de ir para as "ruas e becos da cidade" anunciando o Evangelho. Mesmo que não se fale sobre o assunto em voz alta, as atividades, que não mais são atos de fé, falam uma clara linguagem. Tudo está reduzido à edificação própria e contenta-se com o mínimo. E aí os resultados são "segundo a nossa fé", ou melhor, segundo a nossa falta de fé. De uma hora para a outra "o negócio vai à falência". Será que temos o nome de que vivemos, mas na verdade estamos mortos (Ap 3.1)?
Em relação ao período compreendido entre a Ascenção de Jesus e a Sua volta, o Senhor fez a séria admoestação: "Então disse: Certo homem nobre partiu para uma terra distante, com o fim de tomar posse de um reino, e voltar. Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte" (Lc 19.12-13). Querido irmão, querida irmã: não devemos parar de anunciar o Evangelho ao mundo! Nem as tendências da época nem o espírito do tempo em que vivemos ou qualquer opinião negativa devem nos impedir de tomarmos posse de mais e mais terreno para a maravilhosa obra de Jesus! Bem pelo contrário, devemos empenhar todos os esforços para fazer aquilo que Ele nos ordena com tanta insistência: "Negociai até que eu volte." Para a cristandade, todo o tempo é tempo de semear a Palavra de Deus e de ir em frente pela fé. O apóstolo Paulo podia dizer: "desde Jerusalém e circunvizinhanças, até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo" (Rm 15.19b).
Nós, cristãos, não esperamos pela recessão, mas pelo Todo-Poderoso e Sua Palavra: "Muito mais do que isso pode dar-te o Senhor"(2 Cr 25.9b). Não devemos pensar que "não vale a pena", mas vamos nos firmar em promessas bíblicas, assim como Paulo, que escreveu as palavras que tanto fortalecem nossa fé: "Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão"(1 Co 15.58). Não esperamos pelo fim do mundo; esperamos pela volta do Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.7-8). Também não esperamos por um juízo sobre o mundo, muito pelo contrário, esperamos por Aquele que pelo alto preço de Seu sangue derramado resgatou Sua Igreja (1 Pe 1.18-19), para colocá-la diante de Si gloriosa, sem mácula nem ruga (Ef 5.27). Nós esperamos por Aquele que em breve virá para buscar a Sua Igreja.
Por isso não devemos desanimar em pregar o Evangelho e não devemos fazê-lo de maneira tímida e reservada, mas com todos os recursos de que dispomos. E é por isso que continuamos a dizer uns aos outros e ao mundo: "Maranata! O Senhor vem!"