quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

OITAVA BEM-AVENTURANÇA


Mt 5.10

Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.


Quando a fé dos filhos de Deus se desenvolve suficientemente a ponto de se manifestar exteriormente, de modo que aqueles que não participam com eles da mesma experiência começam a notar, então o resultado é a perseguição. A perseguição a que Jesus faz referência não emana de causas puramente sociais, raciais, econômias ou políticas, antes se acha radicada na religião. É uma perseguição distintamente motivada “pela justiça”. Em virtude de os homens referidos desejarem estar em harmonia com Deus e viver em sintonia com a santa vontade de Deus é que perseveram na perseguição e se mantêm firme sem se importarem com o que venha a lhes acontecer. Os ímpios não podem tolerar os que aos olhos de Deus são considerados “justos”. O seu próprio caráter é um constante protesto contra o caráter de seus opositores. É por essa razão que o “mundo” odeia os filhos de Deus (Mt 10.22; 24.9; Jo 15.19; 1Jo 3.12,13). Esse ódio é que motiva a perseguição de que fala Mt 5.10.
O Senhor assegura que esses perseguidos são bem-aventurados. Lendo constantemente esta bem-aventurança, tendo-a, provavelmente, memorizado desde a infância (em qualquer idioma), já nos acostumamos a ela tanto que não sentimos mais o seu impacto original. A impressão que ela causou nas pessoas que ora ouviram a Jesus deve ter sido tremenda, pois era idéia bastante comum entre os judeus que todo sofrimento, inclusive a perseguição ( ver Lc 13.1-5), fosse uma indicação do desagrado de Deus e da especial maldade daquele que era assim afligido. Cristo, aqui, inverte esse ponto de vista, mas somente com referência àqueles que suportam perseguição por causa da justiça, por causa de Cristo mesmo (“por minha causa”) e por causa do reino dos céus (Mt 19.12).
Poderíamos acrescentar que a relevância desta bem-aventurança não é perdida tampouco por aqueles que hoje, enquanto este comentário está sendo lido, estão sendo perseguidos em virtude de sua lealdade a Cristo. Que jamais nos esqueçamos deles em nossas orações e de outras formas pelas quais poderiam ser beneficiados por nós! “Deles é o reino dos céus”, diz Jesus, voltando assim a impetrar a benção encontrada no final da primeira bem-aventurança. Toda a graça e toda a glória que resplandecem quando Deus em Cristo é reconhecido e é obedecido como Soberano é deles, mesmo agora, e será deles numa medida sempre crescente.

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