Introdução às 7 cartas
Levanta-te tu que dormes,
levanta-te dentre os mortos... Ef 5:14
Os cap. 2 e 3
de Apocalipse exclusivamente falando profeticamente sobre a igreja de Jesus,
são uma exortação para os dias de hoje.
É a exortação mais séria,
mais profunda e mais penetrante que tem na Bíblia, para a igreja. Estão
totalmente relacionados com a doutrina para a igreja e para a nossa vida
cristã. Nessas cartas vemos todos os tipos de erros possíveis de cometer na
nossa vida.
Vamos ver como entra o erro
na igreja, e o remédio para esses erros.
Vamos ver como Deus julga a
igreja.
Veremos também tudo o que
agrada a Deus.
Vamos ver as recompensas
que esperam os vencedores.
A intenção de Deus ao
escrever essas cartas é que seu povo se torne vencedor.
Em cada carta, por duas
vezes Deus imprime o seu nome nelas.
Ele coloca seu nome na
abertura ( estas coisas diz Aquele ... e faz uma descrição de Si mesmo
com alguns dos detalhes de sua aparição em Ap 1), e no encerramento das cartas,
Ele diz: "Quem tem ouvidos , ouça o que o Espírito diz às igrejas".
Deus está falando para a
igreja e não para o mundo!, como um chamado de atenção, para que seu povo
se torne vencedor.
Deus envia cartas para sete
igrejas. Elas não são exclusivamente às sete igrejas daquela época, mas representam
todas as igrejas. A prova disso é que mesmo não sendo de nenhuma dessas
igrejas, estamos recebendo essas cartas e sendo ministrados por elas.
Deus escolheu essas sete
igrejas, e a realidade dessas igrejas, naquele momento, para servir como figura
profética de, como a igreja iria se desenvolver na história.
Também a realidade daquelas
igrejas, representam os tipos de crentes em Jesus.
Nós podemos ir vendo
claramente o desenvolvimento da apostasia ( afastamento ), pois Deus tem um
plano para nós, e o diabo faz uma cópia falsa, e a maioria prefere seguir a
cópia. A apostasia entra nas igrejas, pela falta de conhecimento da palavra,
seguindo doutrinas de homens.
A força da apostasia está
no desconhecimento da Palavra de Deus.
Estas cartas descrevem o início,
o desenvolvimento e o fim do período da igreja. É a história do
cristianismo. É a única profecia dada especificamente para a igreja.
As cartas são divididas da
seguinte maneira:
Às igrejas de Éfeso,
Esmirna e Pérgamo, a parte final começa com um apelo: "quem tem ouvidos,
ouça o que o Espírito diz às igrejas; " e aí vem uma promessa.
Nas quatro últimas,-
Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia -, isso está invertido, significando
que há uma divisão. Ver 2Tm 4:2-5.
No primeiro grupo, Jesus
primeiro faz o apelo às igrejas e no final a promessa ao vencedor.
No segundo grupo, o apelo
vem no final e a promessa antes.
Nas três primeiras igrejas,
que vai do ano 30 ao ano 606 da nossa era, a igreja tinha consciência, e Deus
podia falar para a igreja como um todo.
Mas do ano 606 até o final,
com tanta apostasia, Deus não espera mais ser ouvido pela igreja toda. Por isso
ele fala a indivíduos, aí faz o apelo. Ele fala então, nas quatro últimas
cartas, aos vencedores, um grupo menor.
Por exemplo:
A carta à igreja em Éfeso
( do ano 30 ao ano 100 ), corresponde a igreja apostólica, com os apóstolos
ainda vivos e dirigindo a igreja;
A carta à igreja em Esmirna
( do ano 100 ao ano 312 ), corresponde a igreja perseguida pelo Império Romano;
A carta à igreja em Pérgamo
( do ano 312 ao ano 606 ), quando o paganismo começou a ser
introduzido, era uma igreja que ainda podia ouvir a Deus. Mas quando em 606
isso se oficializou, Deus não fala mais a igreja como um todo;
A carta à igreja em Tiatira
( do ano 606 até a tribulação ), representa igreja católica;
A carta à igreja em Sardes
( do ano 1520 até a tribulação ), representa o protestantismo;
A carta à igreja em Filadélfia
( do ano 1750 até a tribulação ), representa a igreja verdadeira, a que subirá;
A
carta à igreja em Laodicéia ( voz do povo ), ( do ano 1900 até a
tribulação ), representa a igreja falsa e morna dos últimos tempos.
Ap 2:1-7: CARTA À IGREJA EM ÉFESO
V.1 " Escreve ao anjo da igreja em Éfeso ( desejada, solta,
relaxada ): "Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que
anda no meio dos sete castiçais de ouro".
Ja sabemos que as estrelas
são os líderes das igrejas, e os candeeiros as igrejas. É o princípio da
igreja. Jesus andando no meio deles tendo os líderes na sua mão direita.
V.2-7 "Eu sei de tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência,
e o que não podes suportar aos maus; e puseste à prova os que dizem ser
apóstolos e não o são, e tu os achaste mentirosos. E sofrestes, e tens
paciência; e trabalhaste em meu nome, e não te cansaste.
Tenho porém contra ti que
abandonaste o teu primeiro amor. Lembra pois donde caíste, e arrepende-te, e
pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu
lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres. Tens, contudo a teu favor, que
odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos
ouça, o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei de comer da
árvore da vida, que esta no paraiso de Deus".
Vamos ver Jesus, nas
cartas, se apresentando com um dos títulos do início, e tem tudo a ver com a
situação da igreja. Historicamente essa igreja representa o desenvolvimento da
igreja durante o primeiro século (do ano 30 ao ano 100).
Éfeso pode ser traduzida
por duas coisas interessantes mas, opostas: desejada ou solta. Nós vemos nessa
igreja as primeiras sementes da apostasia que entrou na igreja. Éfeso era a
principal cidade da província romana da Ásia. Lá estava o templo da grande
deusa Diana dos efésios, também chamada Artemis, que era uma das sete
maravilhas do mundo antigo.
Essa foi a igreja em que
Paulo trabalhou por três anos. Também dirigiu essa igreja, Áquila e Priscila,
Timóteo e João. E trinta anos depois de Paulo ter doutrinado essa igreja, a
primeira carta do Apocalipse vai para ela.
O v.2, nos mostra
uma igreja que trabalhava, suportava provas, tinha perseverança e tinha
preocupação com a qualidade dos que trabalhavam para ela.
No v. 5, apesar de
reconhecer coisas boas na igreja, Jesus a chama de "caida" por ter
perdido o primeiro amor.
O primeiro amor, fala do
prazer e da alegria de simplesmente estar com a pessoa amada. Eles não tinham
deixado de amar o Senhor, mas seu amor não tinha mais o mesmo fervor,
profundidade e significado do início (Ef 1:15,16)
A igreja ou o crente pode
ficar tão ocupado em servir, que nem sobra tempo para adorar o
Senhor.
É preciso querer andar com
o Senhor, ama-lo, conhece-lo, fazer tudo para agrada-lo, isso é o primeiro
amor. E obras sem o amor, são vazias.
O verdadeiro testemunho
começa com o que somos e se manifesta no que falamos e fazemos.
Isso é muito sério, tanto
que Jesus fala: "e tirarei do seu lugar seu candeeiro, se não te
arrependeres." Deus remove da sua presença, não mais haverá óleo do
espírito, não terá mais luz.
O fim do primeiro amor, é
porta de entrada para demônios de separação, destruição. Podemos até fazer uma
comparação com um casamento: quando se deixa desaparecer o primeiro amor, a
conseqüência disso é a rotina, o descaso, tudo é feito automaticamente, outras
coisas vão tomando o interesse. Perder o primeiro amor, é prenuncio de perder o
testemunho para Deus, e esse é o objetivo de estarmos aqui neste mundo.
Nós queremos andar com Deus
pelas maravilhas e pelos milagres, e não apenas pela sua presença. Calcula-se,
pelas informações dos evangelhos que 30% da vida de Jesus, ele ficou de joelhos
diante do Pai. Por isso tudo acontecia. Jesus não fazia nada, sem antes ficar
em longos períodos de oração. E tudo depende desse amor.
Faça uma comparação com
Éfeso trinta anos antes:
Ef 1:15,16 - "Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé que entre vós
há no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos, não cesso de dar
graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações".
Essa era Éfeso quando ainda
cultivava o primeiro amor. E podemos crer que Éfeso não se arrependeu, pois
Éfeso, hoje está em ruínas, e todo território que eles testemunharam, hoje está
entregue ao islamismo.
No v 6, Jesus
condena o nicolaitismo ( vencer, conquistar o povo ) que começa a se
formar na igreja. O clero se investe de uma autoridade que o Espírito Santo nunca
deu. Não existe distinção entre leigos e clero. A igreja toda é
reino de sacerdotes ( 1Pe 2:9; Ap 1:6 ). Nós todos devemos ser
sacerdotes do Deus vivo.
A diferença que há, é dos
dons exercidos na igreja.
Essa idéia de que o povo
não entende da Palavra e que só alguns tem essa capacidade, é obra de
nicolaíta, isso é usar da liderança para dominar o povo.
Essas são as duas raízes da
apostasia ( a perda do primeiro amor e o nicolaitsmo ) que ao invés de serem
arrancadas, foram cultivadas e permanecem na igreja até hoje:
E no v.7 a promessa.
Quando o homem pecou, foi proibido a ele comer da árvore da vida, pois ela
perpetuaria a condição de pecador. Não haveria a chance da salvação. Essa é a
promessa ao vencedor, a devolução dessa condição, e com ela a vida eterna.